Mortalidade por AIDS: um estudo exploratório em São Luís - MA
VALÉRIA MENESES SOUSA 1, ISABELLA CRISTINA PONTES1, CLAUDILENE SETÚBAL ARAÚJO1, WALTER OLIVEIRA GAMA JUNIOR1, NEISA BETÂNIA DA SILVA LIMA1, CONCEIÇÃO DE MARIA PEDROZO E SILVA DE AZEVEDO1
1. UFMA - Universidade Federal do Maranhão, 2. SES - MA - Hospital Presidente Vargas
msousa.valeria@gmail.com

Após pouco mais de duas décadas de seu surgimento, a epidemia da infecção pelo HIV/AIDS permanece um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, estando fora de controle da maioria dos países e representando a quarta causa de morte no planeta. O Brasil possui 46% de todas as pessoas vivendo com HIV na América Latina, com tendência à estabilização da epidemia nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e crescimento nas regiões Norte e Nordeste (UNAIDS, 2017). No país, a taxa de detecção de AIDS vem caindo gradativamente, no entanto, na contramão da redução nacional, a região Nordeste apresentou tendência de crescimento nos últimos dez anos; quadro preocupante, indicando coeficientes de mortalidade heterogêneos, em que os maiores aumentos relativos estão em estados das regiões Norte e Nordeste (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017). Investigar óbitos no Hospital de Referência do estado do Maranhão. A amostra incluiu 44 prontuários de pacientes com HIV/AIDS, maiores de 21 anos, que foram a óbito em São Luís – MA em 2017. Foram encontradas e analisadas as seguintes variáveis: idade, sexo, CD4, CD4/CD8, carga viral (CV), TARV e causas de óbito. Para análise estatística, utilizou-se o software Microsoft Excel 2016. Os resultados analisados apresentaram as seguintes características: 70,5% homens; A faixa etária mais acometida foi de 30 a 49 anos, com 70,45% dos casos, As principais causas de óbito foram: pneumocistose (16); toxoplasmose (9);  leishmaniose visceral (8); pneumonia (6);  criptococose (5);  histoplasmose (4); tuberculose (3), a maioria dos pacientes, teve diagnóstico no momento da doença oportunista. Acompanhando dados do Boletim Epidemiológico HIV/AIDS de 2017, a resultante dos gêneros encontrada na pesquisa manteve-se semelhante à do Ministério da Saúde, em que 70,5% dos óbitos foram masculinos. Ainda mais preocupante, a notável fração de causas de óbito por infecções oportunistas que poderiam ter sido evitadas ou melhor manejadas caso os pacientes fossem diagnosticados com HIV mais precocemente e conduzidos com a utilização da terapia antirretroviral e/ou terapias profiláticas. Desse modo, a importância de caracterizar o perfil da mortalidade por AIDS no Maranhão se dá pelo interesse de planejar e executar estratégias que mudem o curso atual da doença para parcela significativa dos pacientes, com táticas eficazes e direcionadas a populações específicas como as destacadas nos resultados.



Palavras-chaves:  AIDS, IST, Mortalidade, Infecção oportunista