EPIDEMIOLOGIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO MUNICÍPIO DE ITAPIPOCA, CEARÁ
NICIANE BANDEIRA PESSOA MARINHO¹, FRANCISCO ALMEIDA ROCHA¹, CARLECY RODRIGUES DE MENEZES¹, FRANCISCO DE ASSIS PONTES SIQUEIRA¹
1. SMS - ITAPIPOCA - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE ITAPIPOCA
nicianebpm@yahoo.com.br

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença infecciosa sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia e outras manifestações. É uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. É transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado ( Lutzomyia longipalpis ) , sendo os cães a principal fonte de infecção para o vetor na área urbana. O município de Itapipoca, no Ceará, é considerado área endêmica de transmissão intensa, sendo considerado área prioritária para medidas de controle. Objetivou-se analisar os dados relacionados à transmissão da LV, em humanos, no município de Itapipoca, no período de 2014 a 2018. Estudo descritivo, realizado por meio de levantamento de dados secundários, coletados no setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde Itapipoca. No período de 2014 a junho de 2018 foram confirmados 56 casos de LV, com 07 óbitos. As taxas de incidência foram de 6,47%, 11,20%, 10,30% e 7,84%, nos anos de 2014, 2015, 2016 e 2017, respectivamente. Quanto à letalidade, as taxas foram de 12,5%, 6,25%, 0% e 20%, nos anos de 2014, 2015, 2016 e 2017, respectivamente. O ano de 2018 está em alerta devido às altas taxas de incidência (7,06%) e de letalidade (33,3%) num período de 6 meses. Os dados demonstraram uma redução no número de casos humanos de LV em alguns anos, podendo ser atribuído à eficácia de ações de prevenção e controle da doença, como o combate ao vetor e testagem dos cães. No entanto, observa-se que a letalidade aumentou nos últimos anos, o que pode estar associado à demora no diagnóstico e tratamento dos pacientes com LV. Além disso, o município não dispõe de um plano de contingência para a doença, principalmente no que diz respeito aos cães diagnosticados com a doença.