PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO HIV NO MUNICÍPIO DE SERRA TALHADA, PERNAMBUCO |
A infecção pelo vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), merece destaque nas problemáticas da saúde do país, sendo alarmante em cidade do interior de Pernambuco. O HIV é encontrado em diversas secreções orgânicas, como sangue, sêmen, secreções vaginais, leite materno, saliva e urina, não sendo esses obrigatoriamente meios de transmissão deste vírus. Esse, por sua vez, infecta vários tipos de células do sistema imunológico, principalmente as células T auxiliares CD4+, macrófagos e células dendríticas, deixando o indivíduo em situação de profunda imunossupressão. Dentro desse contexto, no presente estudo objetivou-se a soroprevalência da infecção pelo HIV em Serra Talhada, município de Pernambuco. Trata-se de um estudo baseado em dados obtidos através do SINAM (Sistema de Informações de Agravo de Notificação) e do Centro de Testagem e Aconselhamento – Serviço de Assistência Especializada (CTA/SAE), disponíveis no Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). De acordo com os dados mais recentes, no período de janeiro a novembro de 2016, foram notificados 7 casos de contaminação pelo vírus no município. Em contrapartida, no ano de 2017, no mesmo período, foram registrados 69 casos, representando um crescimento alarmante de mais de 300% em apenas um ano. Conforme os dados obtidos, torna-se preocupante a incidência de pessoas infectadas pelo HIV. Nessa perspectiva, pode-se inferir que diversos fatores contribuem para essa realidade, destacando-se os avanços quanto ao tratamento da doença associado ao insensato esquecimento de que a infecção pelo vírus permanece incurável e que não existe vacina para preveni-la. Com isso, é notória a negligência quanto à gravidade da infecção, atrelada à vulgarização do sexo, ao não uso de preservativo nas relações sexuais e à diminuição da preocupação das entidades públicas e da sociedade após o livre acesso à medicação antiviral. Nesse contexto, é imprescindível chamar a atenção dos órgãos públicos e da mídia local para essa adversidade. A prevenção continua sendo a melhor alternativa para mudar essa realidade. Nesse sentido, os testes preventivos e o tratamento já são disponibilizados gratuitamente, mas o processo educação-saúde precisa ser implementado no município, com linguagem acessível e universal, voltada a todas as faixas etárias, de forma a impactar a população quanto à gravidade da doença. |