SÍFILIS CONGÊNITA: UMA BREVE ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL |
A OMS estima que mais de um milhão de casos de IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) são diagnosticados por dia; anualmente, esse número se converte em 357 milhões de novos casos, dentre os quais se inserem os de sífilis. A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica, de evolução crônica, caracterizada por períodos de remissão e de exacerbação. Apesar de tratável e curável, ainda é grande o número de indivíduos não diagnosticados. Em gestantes, a infecção ganha proporções ainda mais alarmantes, haja vista seu potencial de transmissão vertical, que pode gerar desde alterações clínicas até abortamento espontâneo e morte perinatal. Logo, compreendendo-se a relevância desse tema no âmbito de saúde pública, é importante que se identifique qual a situação atual do país no que diz respeito aos casos de sífilis congênita. Fez-se um estudo descritivo utilizando-se os indicadores de sífilis do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, com dados referentes aos anos de 2000 a 30 de junho de 2016. Foram considerados: o número de casos diagnosticados em menores de 1 ano; diagnóstico final e a idade das crianças no momento do diagnóstico; o tratamento da mãe; o tratamento do parceiro. O número de casos em menores de 1 ano contabilizam 159.850, com aumento de aproximadamente 268% entre os anos de 2007 (5.219 casos) e 2016 (20.474 casos). 92% desses casos são caracterizados como sífilis congênita recente, concentrando-se 93,8% dos diagnósticos em recém-nascidos com menos de 7 dias. Quanto ao tratamento da mãe, nota-se que a porcentagem geral de tratamentos adequados é superada em muito pela de tratamentos inadequados: 49,5% deste contra 10% daquele. Igualmente, o tratamento dos parceiros ainda não encontrou taxas satisfatórias: 61,7% dos parceiros não foram tratados, e, em 25,2% dos casos, essa informação foi ignorada. Diante disso, é necessário que sejam feitos novos estudos sobre o tema a fim de se identificarem as causas primárias da situação da sífilis congênita no país. Como consequência – e, principalmente, com o suporte do Estado – políticas públicas eficientes poderão atuar sobre as raízes desse problema, colaborando, assim, para a reversão do quadro atual. Palavras-chave: Brasil, casos, sífilis congênita. |