LEISHMANIOSE VISCERAL: OUTRAS FORMAS DE TRANSMISSÃO
ANDREZA DANIELLY VIEIRA PEREIRA 1, ALINE LIMA OLIVEIRA1, LARISSA DOS SANTOS SOUSA1, NATHYELLE MARIA SOUSA DE OLIVEIRA1, LUANNA SOARES DE MELO EVANGELISTA1
1. UFPI - Graduanda em Medicina Veterinária, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Piauí , 2. UFPI - Profª Drª Departamento de Parasitologia e Microbiologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade de Federal do Piauí
daniellyvpereira@gmail.com

Leishmaniose Visceral (LV), conhecida popularmente como calazar, é uma zoonose endêmica no Brasil causada por protozoários do gênero Leishmania , sendo a Leishmania (L.) chagasi o agente etiológico da doença no Brasil. Essa enfermidade possui uma alta incidência e uma ampla população de risco, chegando a 10% sua taxa de letalidade em humanos, quando não tratada de maneira correta. É cada vez mais crescente o número de indivíduos e animais infectados, sendo o cão o principal reservatório nos grandes centros urbanos. A transmissão é geralmente vetorial e ocorre por meio da picada de fêmeas de dípteros hematófagos, principalmente da espécie Lutzomyia longipapis , porém outras possíveis formas de transmissão são relatadas na literatura. O objetivo deste estudo foi revisar sobre outras formas de transmissão da LV para humanos e cães. O trabalho foi organizado por estudantes de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Piauí, durante o mês de abril de 2018, onde foi realizada pesquisa bibliográfica em artigos científicos retirados de plataformas como SCIELO e LILACS. Foram analisados 10 artigos com publicações datadas de 2012 a 2018. De acordo com a literatura consultada, em humanos já foi descrita a transmissão vertical da doença, com ocorrência em gestantes residentes em áreas endêmicas ou que estiveram nestas regiões no início da gestação, tendo como consequência morte e prematuridade do feto. A transmissão venérea foi observada entre um homem infectado e sua esposa em uma área livre da doença e do vetor e ainda há relatos de contaminação por transfusão sanguínea, transplante de órgãos, acidentes de laboratório e devido ao compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas com formas evolutivas do parasito. Em cães, a forma de transmissão venérea tem sido considerada provável, com indícios da presença do protozoário nos testículos, epidídimos, próstata, prepúcio, glande do pênis e sêmen de machos e no útero, vagina e vulva, além da glândula mamária de fêmeas parasitadas. Em pesquisas com cadelas infectadas, foi detectada a possibilidade de transmissão vertical, inclusive com ocorrência de partos prematuros e natimortos. A maioria desses resultados foram relatados em cães sintomáticos. Conclui-se que há uma grande necessidade de mais pesquisas direcionadas a outras formas de transmissão da LV em humanos e cães, uma vez que a literatura já sinaliza para essa possibilidade na ausência do vetor.



Palavras-chaves:  Calazar, Transmissão, Zoonose