PREVALÊNCIA E ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA HEPATITE B EM POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DO ESTADO DO PARÁ, AMAZÔNIA BRASILEIRA
ADRIANA PRADO FERNANDES1, AMANDA ALVES FECURY1, MARCELLA KELLY COSTA DE ALMEIDA1, MARIA INÊS CARICCHIO DA SILVA1, PAULA CRISTINA RODRIGUES FRADE1, CRISTÓVÃO GOMES OLIVEIRA FILHO1, PATRICIA FERREIRA1, LUISA CARICIO MARTINS1
1. NMT-UFPA - Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil, 2. UNIFAP - Universidade Federal do Amapá, 3. UNAMA - Universidade da Amazônia
caricio@ufpa.br

A hepatite B representa um dos mais graves problemas de saúde pública no mundo, sendo uma das patologias infecciosas mais desafiadoras, causando elevados índices de morbidade e mortalidade. Portanto considerada a sétima entre todas as causas de óbitos no mundo. A região amazônica é caracterizada como uma das regiões de maior ocorrência de infecção pelo Vírus da Hepatite B (HBV) e suas sequelas no mundo, podendo ser transmitido por soluções de continuidade (pele e mucosa), relações sexuais desprotegidas e por via parenteral. A transmissão vertical (de mãe para filho) também é causa frequente de disseminação desse vírus. Pouco se sabe sobre esta transmissão viral em comunidades isoladas ou de difícil acesso, como as populações ribeirinhas. Com isso, este estudo objetivou determinar sua prevalência, avaliar o perfil sorológico e traçar as características epidemiológicas, descrevendo os principais fatores de risco para aquisição da infecção pelo HBV nas comunidades ribeirinhas do Entorno da Usina Hidroelétrica de Tucuruí, Pacuí, Furo do Maracujá e do Nazário. Este estudo é transversal analítico descritivo onde os participantes responderam um formulário para obtenção de informações epidemiológicas e as amostras de sangue periférico foram coletadas para realização dos testes sorológicos. Foram incluídas 1289 amostras das comunidades ribeirinhas, sendo que a maioria pertencia ao gênero feminino 825 (64%) e 672 (52,13%) estavam na faixa etária de 18-37 anos. Das 1289 amostras, 682 (53%) apresentaram algum tipo de marcador sorológico, sendo 18 (2,64%) HBsAg, 385 (56,45%) anti-HBc total e 279 (40,91%) anti-HBs. Os principais fatores de risco que as populações estavam expostas foram: início da vida sexual precoce (25,06%), multiplicidade de parceiros (as) sexuais (25,81%), compartilhamento de perfurocortante (58,56%) e fazer tatuagem e colocar piercing (14,14%). Cada comunidade ribeirinha pesquisada têm suas particularidades apresentando características epidemiológicas distintas e isso deve ser levado em consideração para as tomadas de medidas de saúde pública apropriadas com as realidades vivenciadas.



Palavras-chaves:  Hepatite B, Ribeirinhos, Epidemiologia