POLIMORFISMO DO GENE SLC11A1 (rs3731865) EM PACIENTES COINFECTADOS COM LEISHMANIOSE VISCERAL/HIV NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL.
WALTER LINS BARBOSA JÚNIOR 1, ALDA MARIA JUSTO1, AMANDA TAVARES XAVIER1, FÁBIO LOPES DE MELO1, LUYDSON RICHARDSON SILVA VASCONCELOS1, RODRIGO FELICIANO DO CARMO1, ROMUALDO ARTHUR FERREIRA DE LIMA1, ZULMA MARIA DE MEDEIROS1
1. IAM-FIOCRUZ - Instituto Aggeu Magalhães, Fiocruz, 2. UPE - Universidade de Pernambuco, 3. UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco
walterb716@gmail.com

A coinfecção leishmaniose visceral/HIV (LV/HIV) é uma doença potencialmente grave e de difícil prognóstico, representando um desafio para a terapêutica. A coinfecção com o vírus HIV, a idade, estado nutricional e os fatores genéticos do hospedeiro são importantes variáveis que podem influenciar na susceptibilidade à LV. Em relação aos fatores genéticos, vários polimorfismos em genes da imunidade têm sido associados a susceptibilidade à LV, sendo o gene  solute carrier family 11 member 1  ( SLC11A1)   envolvido em vias de ativação de macrófagos e inflamação. Fatores genéticos do hospedeiro são essenciais para a compreensão da resposta imune inata e adaptativa, reiterando a necessidade de estudos de associação dos polimorfismos à coinfecção LV/HIV. O objetivo da pesquisa foi investigar o polimorfismo do gene  SLC11A1   (rs3731865) em pacientes coinfectados com LV/HIV. O estudo foi tipo caso-controle e investigou o polimorfismo do gene  SLC11A1   (rs3731865) em pacientes coinfectados LV/HIV e monoinfectados HIV. As amostras de sangue total foram provenientes de pacientes acompanhados nos três principais serviços de referência para HIV localizados em Recife (HUOC-UPE, HCP/SUS/SES-PE e HC/UFPE); e do SAE/CTA do município de Petrolina, Mesorregião do São Francisco. A pesquisa foi desenvolvida com 309 amostras de DNA extraídas de sangue total de pacientes HIV, sendo 110 pacientes com diagnóstico laboratorial positivo para LV (diagnóstico parasitológico, rK39, ELISA-rK39, DAT, KAtex e/ou ITS1-PCR). Para critério de comparação foram separados dois grupos: Grupo 1-Pacientes LV/HIV e grupo 2-Pacientes HIV. Os resultados obtidos entre os grupos foram analisados na ferramenta pLINK, aplicando três modelos de associação gênica: modelo genotípico, dominante e recessivo; sendo avaliados estatisticamente quanto a diferença entre os grupos e corrigidos por fatores de confusão. Os modelos genéticos dominante [p=0,02057   OR 0,5517 IC (0,3364-0,9050)] e alélico [p=0,0347   OR 0,6392 IC (0,4211-0,9702)] confirmaram associação do polimorfismo do gene  SLC11A1   (rs3731865) à coinfecção LV/HIV. O alelo G confere susceptibilidade à leishmaniose visceral em pacientes HIV. No Sudão, este mesmo polimorfismo foi associado à monoinfecção LV. No presente estudo, pioneiramente, o polimorfismo do gene SLC11A1 (rs3731865) foi associado à coinfecção LV/HIV.



Palavras-chaves:  HIV, leishmaniose visceral, polimorfismo