CIRCULAÇÃO DE DENGUE-2 NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UM ALERTA EPIDEMIOLÓGICO PARA O PRÓXIMO VERÃO.
MARISA RIBEIRO1,3, GUILHERME MEIRA1,3, ELAINE COSTA1,3, DANIELA GODOY1,3, MARCELA FONTANA-MAUREL1,3, DANIELE ROCHA1,3, STHEFANIE RIBEIRO1,3, ELISABETE ANDRADE1,3, ANTONIO FERREIRA1,3, LEANDRO SOUZA1,3, AMILCAR TANURI1,3, ANDRÉA CAVALCANTI1,3, PATRICIA ALVAREZ 1,3
1. BIO-MANGUINHOS - Instituto de Tecnologia e Imunobiológicos Bio-Manguinhos, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro/RJ, 2. LACEN - Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels – LACEN, Rio de Janeiro/RJ, 3. LAVIMOAN - Laboratorio de Virologia Molecular - Universidade Federal do Rio de Janeiro/RJ
palvarez@bio.fiocruz.br

O vírus da dengue (DENV) é um arbovírus, pertencente ao gênero Flavivírus da família Flaviviridae . Existem 4 sorotipos distintos do vírus (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4). Em 2007-2008, o país foi afetado por uma grave epidemia em termos de morbidade e mortalidade devido à reemergência do DENV-2. Um total de 255 818 casos foram relatados no RJ. O DENV-2 tem sido o sorotipo mais prevalente em vários surtos nas Américas e foi o sorotipo mais relevante mundialmente associado a surtos intensos, seguido pelo DENV-3, DENV-1 e DENV-4. A vigilância epidemiológica da dengue é primordial, pois pode agir de maneira preventiva, alertando sobre a incidência da doença em determinadas áreas, indicando a possibilidade do surgimento de novos surtos. Atualmente, o Ministério da Saúde disponibiliza o kit molecular ZDC (Bio-Manguinhos) para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) utilizarem no diagnóstico de pacientes suspeitos de Zika, dengue e/ou chikungunya.  De março a junho/ 2018, com o aumento da demanda de pacientes suspeitos de arboviroses foi estabelecido uma cooperação entre o LACEN-RJ e o LATED (Bio-Manguinhos). Neste período, dois pacientes do município de Volta Redonda/RJ, um do sexo feminino e outro do sexo masculino, foram diagnosticados com dengue, o primeiro pelo LATED e o segundo pelo LACEN-RJ. A sorotipagem realizada nos respectivos laboratórios revelaram ser o sorotipo 2. Dengue é um importante problema de saúde pública no RJ devido a vários fatores, tais como a susceptibilidade dos seres humanos à doença; emergência e re-emergência  dos sorotipos com circulação alternada entre eles; altas taxas de infestação do mosquito vetor; e fatores ambientais. Neste cenário , onde DENV-2 está historicamente associado a surtos com altas taxas de morbidade e mortalidade é preciso permanecer alerta para seu diagnóstico em uma época do ano em que fatores ambientais desfavorecem a circulação do vetor. Precisamos estar vigilantes quando o verão chegar, pois é a época do ano com maior numero de casos, devido aos fatores climaticos que favorecem a proliferação do mosquito transmissor.



Palavras-chaves:  Dengue vírus, Rio de Janeiro, vigilância epidemiológica