PERFIL DOS CANDIDATOS À DOAÇÃO DE SANGUE COM SOROLOGIA REAGENTE PARA DOENÇA DE CHAGAS
ALCÍNIA BRAGA DE LIMA ARRUDA1, YASMIN NOBRE DE SOUZA1, FRANCISCO ILDELANO DA COSTA SILVA 1, ROMÉLIA PINHEIRO GONÇALVES LEMES1, GABRIEL JOSÉ GUEDES QUIRINO1, VITOR MARTINS OLIVEIRA1, DILAILSON CARLOS COSTA JÚNIOR1, ANIO IVAN HOLANDA LIMA1, YAGO MOTA GONDIM1, ADRIANO EVANGELISTA MAIA1, AMANDA APARECIDA DE LIMA ARRUDA1, ANNA PAULA DE OLIVEIRA RODRIGUES1, JOSÉ LÚCIO JORGE BARBOSA1, FRANCISCA VÂNIA BARRETO AGUIAR FERREIRA GOMES1
1. UFC - Universidade Federal do Ceará, 2. UNIFOR - Universidade de Fortaleza, 3. HEMOCE - Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará
f.ildelano@gmail.com

A doença de Chagas é uma patologia causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi e é classificada como um problema de saúde pública. Sua transmissão pode ocorrer pelas formas: vetorial, congênita, por transmissão oral, por transplante de órgãos, por transfusões sanguíneas, e através de acidentes de laboratório. O objetivo do estudo foi caracterizar o perfil dos candidatos à doação de sangue com sorologia positiva para doença de Chagas na Hemorrede do estado do Ceará. Foi realizado um estudo descritivo e retrospectivo com abordagem quantitativa, baseado nos dados dos candidatos à doação de sangue, que apresentaram exames de triagem positivos ou indeterminados para doença de Chagas, na Hemorrede cearense, entre os anos de 2014 e 2016. O estudo foi projetado de acordo com as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos e aprovado sob o parecer de número 2.583.229. Verificou-se para os anos de estudo, um total de 325.736 candidatos à doação de sangue. Deste total, 497 (0,15%) apresentaram alterações na triagem sorológica inicial, 272 (0,08%) com resultados positivos e 225 (0,07%) com resultados indeterminados. No teste confirmatório 97 (19,5%) indivíduos obtiveram alterações sorológicas, sendo 66 (13,3%) de caráter positivo e 31 (6,2%) indeterminado. A evidência do maior número de casos alterados no teste confirmatório foi para 2014 com 39 (21,9%), seguido por 2015 com 33 (20,8%) e 2016 com 25 (15,6%) candidatos. O total de candidatos à doação de sangue que não retornaram para uma nova coleta foi de 33%. A prevalência para doença de Chagas foi 0,02%. Com relação ao perfil, houve predomínio do gênero masculino, sendo ao todo 38 (57,6%). A faixa etária predominante foi de 40 a 59 anos (63,6%). O estado civil mais referido foi de casados com 40 (60,6%). O nivel de escolaridade mais recorrente foi do ensino fundamental e a raça autodeclarada predominante foi a intitulada como morena/parda. O alto índice de candidatos que não retornaram para repetição do teste (33,3%) é preocupante, pois estes podem ser prováveis disseminadores da infecção chagásica, servindo como reservatório para os triatomíneos, ou mesmo permitindo a propagação da doença por outras formas de transmissão conhecidas, como congênita ou acidental. Concluiu-se que houve a diminuição de casos positivos e indeterminados para doença de Chagas com o decorrer dos anos e que a prevalência encontrada manteve-se abaixo da evidenciada na literatura.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Epidemiologia, Doadores de Sangue