ÓBITO POR DENGUE COMO EVENTO SENTINELA PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA
MARA CRISTINA RIPOLI MEIRA MEIRA 1,2,3, SUSANA SEGURA MUÑOZ1,2,3, OSCAR KENJI NIHEI1,2,3, MARCOS AUGUSTO MORAES ARCOVERDE1,2,3, PEDRO AUGUSTO RIPOLI MEIRA1,2,3, VITÓRIA BEATRIZ RIPOLI MEIRA1,2,3, REINALDO ANTÔNIO DA SILVA SOBRINHO1,2,3, ROBERTO VALIENTE DOLDAN1,2,3, CONCEIÇÃO APARECIDA WOYTOVETCH BRASIL1,2,3
1. UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, 2. USP - escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, 3. PMFI - Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, 4. FAG - Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, 5. FPP - Faculdade Pequeno Príncipe
mara.ripoli@gmail.com

A dengue é um problema de saúde pública no Brasil, com sucessivas epidemias e aumento da dengue grave e óbitos. O óbito por dengue é um evento inesperado e em sua grande maioria evitável, que ocorre por potenciais falhas na assistência ao paciente. As formas graves da doença são precedidas por alguns sintomas clínicos e achados laboratoriais que são classificados como sinais de alarme, sintomas esses que geralmente passam despercebidos ao olhar dos profissionais de saúde. O presente estudo analisou os principais sinais clínicos, achados laboratoriais e de imagem que indicam a gravidade da doença e que estão envolvidos nos óbitos por dengue em um município brasileiro de tríplice fronteira. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa, com base em dados secundários do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (CEP-EERP/USP), sob protocolo CAAE: 68091717.2.0000.5393. Foram analisados 19 óbitos por dengue, ocorridos no município de Foz do Iguaçu no ano de 2016. Em 2016 ocorreram 8673 casos confirmados de dengue e destes, 432 foram hospitalizados e 19 evoluíram para óbito (taxa de letalidade de 4,4% dentre os pacientes hospitalizados). Atingindo 12% de letalidade em pacientes hospitalizados entre 60 e 69 anos de idade. Dentre os sinais de alarme, clínicos e laboratoriais, dos pacientes que foram a óbito destacam-se a hipotensão (79,0% dos casos), hemoconcentração (68,42%), extravasamento plasmático, derrame pleural e ascite (64,46%), plaquetopenia (63,15%), dor abdominal (38,84%) e leucopenia (36,34%). Conclui-se a ocorrência dos óbitos está relacionada ao não reconhecimento ou valorização dos sinais de alarme, procura por mais de um serviço de saúde sem a conduta adequada e volume de hidratação inferior ao recomendado. O estabelecimento de protocolos clínicos associado a sistemas de referência e contra referência, com base na classificação de risco, possibilita a triagem adequada dos doentes de dengue, priorizando os que apresentam quadros mais graves, para que lhes sejam oferecidas intervenções terapêuticas adequadas e oportunas, condição necessária para evitar a ocorrência de óbitos.   

 



Palavras-chaves:  Classificação de risco, Dengue Grave, Óbito, Sinais de alarme