NÍVEIS DE CITOCINAS PLASMÁTICAS EM INDIVÍDUOS COM HEPATITE B AGUDA E CRÔNICA
CAMILLA RODRIGUES DE ALMEIDA RIBEIRO 1, VINÍCIUS DA MOTTA DE MELLO1, BRUNA DA SILVA BAPTISTA1, NATÁLIA SPITZ TOLEDO DIAS 1, LUZIA MARIA DE OLIVEIRA PINTO1, IURY AMANCIO PAIVA1, LIA LAURA LEWIS XIMENEZ1, VANESSA SALETE DE PAULA1
1. FIOCRUZ - Laboratório de Virologia Molecular, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, 2. FIOCRUZ - Laboratório de Imunologia Viral, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, 3. FIOCRUZ - Ambulatório de Hepatites Virais, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz
camilla_almeida@hotmail.com

O vírus da hepatite B (HBV) é uma das principais causas de hepatite aguda e crônica representando uma séria ameaça à saúde pública . As respostas imunes desempenham um papel importante na eliminação viral e patogênese da doença, sabe-se que as citocinas são importantes mediadores químicos que regulam a diferenciação e proliferação de células imunitárias, coordenando, assim, as respostas e a progressão das doenças inflamatórias. O objetivo deste estudo foi investigar a presença de citocinas pró e anti-inflamatórias (IL-35, IL-6, IL-17A, IFN-ᵞ) no plasma dos pacientes com hepatite B aguda e crônica e verificar se existe associação entre a produção dessas citocinas no plasma com a carga viral e os diferentes genótipos do vírus. Foram avaliadas 57 amostras de pacientes, 23 com infecção aguda e 34 com infecção crônica, confirmados através de testes sorológicos, função hepática (ALT e AST) e carga viral por PCR em tempo real. Todas as amostras incluídas no estudo foram testadas para a presença do DNA do HBV por nested -PCR, as amostras positivas foram purificadas, sequenciadas e genotipadas para construção da árvore filogenética. Foi realizada a detecção das citocinas IL-35, IL-6, IL-17A, IFN-ᵞ por ELISA.  O DNA do HBV foi detectado por PCR em tempo real em 93% (53/57) das amostras, a média do Log quantitativo da carga viral para os pacientes agudos foi de 4,48 e para os pacientes crônicos foi de 2,81. Em relação a distribuição dos génotipos, 82% dos indivíduos com infecção aguda para o HBV pertencia ao genótipo A e 18% ao genótipo F. O perfil crônico foi o que apresentou maior diversidade de genótipos, sendo 80% das amostras do genótipo A, 7% do genótipo D, 7% do genótipo E e 6% do genótipo F. Na avaliação das citocinas não foi encontrada correlação entre os genótipos e a produção das mesmas.  Foi observado que os níveis plasmáticos de IFN-ᵞ e IL-17A foram maiores nos pacientes crônicos comparado aos agudos, e através do coeficiente de Pearson foi observada correlação positiva entre os valores da carga viral e as taxas de IL-17A (p=0.045) e de IFN-ᵞ (p=0.023) em ambos os grupos. Essas citocinas poderiam estar modulando efetores pró-inflamatórios e induzindo dano hepatocelular. Os níveis de IL-6 (p=0.052) foi maior nos agudos comparado aos crônicos, essa citocina esteria envolvida na eliminação viral e na proteção contra a cronicidade. Em contraste com a literatura para o HBV, os níveis de IL-35 foram maiores nos pacientes agudos em relação aos crônicos.

 

 

 

 



Palavras-chaves:  Hepatite B, Citocinas , Agudos , Crônicos