ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CANDIDATOS Á DOAÇÃO DE SANGUE SOROPOSITIVOS PARA SÍFILIS |
A sífilis é uma infecção bacteriana, causada pelo Treponema pallidum que, quando não tratada adequadamente, pode evoluir para uma enfermidade crônica com sequelas graves. A transmissão pode ocorrer pelas vias sexual, congênita e por transfusões sanguíneas sendo a última mais rara. O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de sífilis em candidatos à doação de sangue e caracterizar o perfil epidemiológico desses candidatos. Foi realizado um estudo descritivo e retrospectivo com abordagem quantitativa, para avaliar a soropositividade e o perfil epidemiológico dos candidatos à doação de sangue portadores do Treponema pallidum na Hemorrede cearense, no período de 2015 a 2016. Os dados foram analisados utilizando o programa Microsoft EXCEL 2013 e o trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o número de parecer 2.438.951. Dos 110.259 candidatos à doação, no ano de 2015, 559 apresentaram VDRL positivo na primeira triagem sorológica. Desses, 192 não retornaram para segunda triagem e dos 367 que retornaram para nova triagem sorológica, 201 apresentaram soropositividade para sífilis, 163 apresentaram resultado negativo e 3 inconclusivo. Em 2016, dos 110.285 candidatos à doação, 501 apresentaram VDRL positivo na primeira triagem sorológica. Desses, 251 não retornaram para a segunda triagem e dos 250 que retornaram, 148 apresentaram diagnóstico de sífilis e 103 resultados negativo. A prevalência de sífilis foi de 0,18% (2015) e 0,13% (2016). Em relação ao gênero, 58,70% em 2015 e 65,54% em 2016 era do sexo masculino. A faixa etária com maior reatividade foi de 17 a 29 anos (46,5%) em ambos os anos, o estado civil predominante foi de indivíduos solteiros (64,2% em 2015 e 70,3% em 2016), com ensino médio (37,3% em 2015 e 50,7% em 2016) e com a cor da pele morena/parda (85% em 2015 e 89% em 2016). Observou-se que a maior prevalência de sífilis em indivíduos jovens, do sexo masculino e solteiros pode estar relacionada a imaturidade desses indivíduos, a multiplicidade de parceiras e ao sexo desprotegido que são fatores de risco para contrair infecções sexualmente transmissíveis. Com relação à cor da pele, o resultado pode ser explicado pelo fato que no Ceará, 71,1% da população é composta por indivíduos que se autodeclaram pardos, com base no censo do IBGE. Conclui-se que a prevalência de sífilis foi baixa, 0,18% (2015) e 0,13% (2016), indicando que a triagem clínica e sorológica dos doadores, realizada nessa instituição, foi eficaz. |