ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CANDIDATOS Á DOAÇÃO DE SANGUE SOROPOSITIVOS PARA SÍFILIS
ALCÍNIA BRAGA DE LIMA ARRUDA1, ANA PATRÍCIA LIMA FRANÇA1, ROMÉLIA PINHEIRO GONÇALVES LEMES1, GABRIEL JOSÉ GUEDES QUIRINO 1, DILAILSON CARLOS COSTA JÚNIOR1, FRANCISCO ILDELANO DA COSTA SILVA1, VITOR OLIVEIRA MARTINS1, PEDRO IGOR DE OLIVEIRA PEREIRA1, THAINARA COSTA RODRIGUES1, GENUÍNA STEPHANIE GUIMARÃES CARVALHO1, ANIO IVAN HOLANDA LIMA1, AMANDA APARECIDA DE LIMA ARRUDA1, ANNA PAULA DE OLIVEIRA RODRIGUES1, JOSÉ LÚCIO JORGE BARBOSA1, FRANCISCA VÂNIA BARRETO AGUIAR FERREIRA GOMES1
1. UFC - Universidade Federal do Ceará, 2. UNIFOR - Universidade de Fortaleza, 3. HEMOCE - Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará
gabrielguedes05@gmail.com

A sífilis é uma infecção bacteriana, causada pelo Treponema pallidum que, quando não tratada adequadamente, pode evoluir para uma enfermidade crônica com sequelas graves. A transmissão pode ocorrer pelas vias sexual, congênita e por transfusões sanguíneas sendo a última mais rara. O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de sífilis em candidatos à doação de sangue e caracterizar o perfil epidemiológico desses candidatos. Foi realizado um estudo descritivo e retrospectivo com abordagem quantitativa, para avaliar a soropositividade e o perfil epidemiológico dos candidatos à doação de sangue portadores do Treponema pallidum na Hemorrede cearense, no período de 2015 a 2016. Os dados foram analisados utilizando o programa Microsoft EXCEL 2013 e o trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o número de parecer 2.438.951. Dos 110.259 candidatos à doação, no ano de 2015, 559 apresentaram VDRL positivo na primeira triagem sorológica. Desses, 192 não retornaram para segunda triagem e dos 367 que retornaram para nova triagem sorológica, 201 apresentaram soropositividade para sífilis, 163 apresentaram resultado negativo e 3 inconclusivo. Em 2016, dos 110.285 candidatos à doação, 501 apresentaram VDRL positivo na primeira triagem sorológica. Desses, 251 não retornaram para a segunda triagem e dos 250 que retornaram, 148 apresentaram diagnóstico de sífilis e 103 resultados negativo. A prevalência de sífilis foi de 0,18% (2015) e 0,13% (2016). Em relação ao gênero, 58,70% em 2015 e 65,54% em 2016 era do sexo masculino. A faixa etária com maior reatividade foi de 17 a 29 anos (46,5%) em ambos os anos, o estado civil predominante foi de indivíduos solteiros (64,2% em 2015 e 70,3% em 2016), com ensino médio (37,3% em 2015 e 50,7% em 2016) e com a cor da pele morena/parda (85% em 2015 e 89% em 2016). Observou-se que a maior prevalência de sífilis em indivíduos jovens, do sexo masculino e solteiros pode estar relacionada a imaturidade desses indivíduos, a multiplicidade de parceiras e ao sexo desprotegido que são fatores de risco para contrair infecções sexualmente transmissíveis. Com relação à cor da pele, o resultado pode ser explicado pelo fato que no Ceará, 71,1% da população é composta por indivíduos que se autodeclaram pardos, com base no censo do IBGE. Conclui-se que a prevalência de sífilis foi baixa, 0,18% (2015) e 0,13% (2016), indicando que a triagem clínica e sorológica dos doadores, realizada nessa instituição, foi eficaz.



Palavras-chaves:  Doadores de Sangue, Perfil Epidemiológico, Sífilis