A MORFOLOGIA DA ESQUISTOSSOMOSE HEPÁTICA E SUA DIFERENCIAÇÃO COM A CIRROSE |
A esquistossomose é a segunda doença infecto-parasitária mais prevalente no mundo, sendo, no Brasil, um problema de saúde pública. As cercarias após penetrarem no organismo chamam-se esquistossômulos e se dirigem para o sistema porta pela via sanguínea ou pela via transtissular. A sua patogênese depende da interação humano-helminto. Tem como objetivo revisar a Bibliografia acerca da temática proposta. Trata-se de um estudo de revisão sistemática da literatura realizado no período de 2015 a 2018, utilizando-se o banco de dados Medline e Lilacs. Nas buscas, foram utilizados os descritores: esquistossomose mansoni; hepatopatia; cirrose hepática. Foram incluídos 6 artigos na revisão após os seguintes critérios: possuir menos de 10 anos de publicação e que estivessem disponíveis. Na esquistossomose hepática há um infiltrado inflamatório mononuclear atingindo principalmente os espaços portais e septos fibrosos provocando uma hepatite crônica, a qual possui uma intensidade variável. A densidade e extensão do infiltrado não mostram correlação com o número de granulomas esquistossomóticos presentes nos achados histológicos. Este infiltrado apresenta áreas densas que guardam semelhança com folículos linfoides e também áreas ricamente vascularizadas. O infiltrado inflamatório provoca irritação nas estruturas portais e essas alterações, como o espessamento fibrose periportal, provoca hipertensão portal. A fim de diferenciar a hipertensão portal causada pela esquistossomose da causada por cirrose pode se utilizar a ultrassonografia. Na cirrose há necrose do hepatócito e nódulos de regeneração com consequente distorção da arquitetura do fígado. Já na esquistossomose a fibrose é restrita aos espaços portais, não invadindo o lóbulo hepático e, portanto, preservando sua estrutura. Embora sejam hepatopatias crônicas que provocam hipertensão portal, há diferenças cruciais em seus quadros morfológicos. |