QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES EM TRATAMENTO PARA TUBERCULOSE PULMONAR |
A tuberculose é reconhecida como uma doença negligenciada, que sofre influências dos fatores imunológicos e sociodemográficos e estilo de vida inadequado. Tais determinantes contribuem para a dificuldade no diagnóstico, além da interferência na qualidade de vida. A intenção da pesquisa foi avaliar a qualidade de vida em pacientes com tuberculose pulmonar (TP). Trata-se de uma série de casos, com abordagem quantitativa. O estudo foi realizado em uma policlínica classificada como centro de referência regional, em atendimento ambulatorial para portadores de tuberculose, na cidade do Recife, Pernambuco, entre setembro e dezembro de 2017. Participaram do estudo, 18 sujeitos, utilizando-se um questionário sociodemográfico e clínico próprio, e a escala de qualidade de vida (SF-36). Os resultados mostraram que a maioria dos entrevistados era do sexo masculino, com idade entre 19 a 95 anos ± 45,56 anos, possuíam ≥ 9 anos de estudo (8;44,4%), assalariados/ autônomos (8; 44,4%), declararam receber até 1 salário mínimo (8; 44,4%) e não possuíam domicílio próprio (8;44,4%). Evidencia-se predominância daqueles no 3º (9; 50%) e 4º meses de tratamento (4; 22,2%), sendo relatados como principais sintomas prévios, a tosse há mais de 3 semanas (17; 94,4%), emagrecimento (15; 83,3%) e sudorese noturna (13; 72,2%); como sintoma atual a persistência da tosse (9; 50%). Observou-se que as médias variaram de 5,56 a 80,22, sendo mais elevadas nos domínios aspectos sociais e saúde mental, que apresentaram resultados com média de 71,53±26,36 e 80,22±14,22, respectivamente. Entretanto é importante ressaltar que os domínios limitação por aspectos físicos e aspectos emocionais apresentaram médias bastante baixas, 5,56±23,57 e 16,67±34,77. Tais resultados confirmam que a tuberculose compromete a qualidade de vida das pessoas infectadas, pois além da implicação física, há os fatores emocionais e psíquicos envolvidos. Embora seja uma doença tratável e curável, ainda existe o estigma, a falta de informação e medo por parte da sociedade em adquirir a doença. É fundamental promover ações de capacitação da equipe da saúde, criando vínculo paciente-profissional para melhorar a rede de apoio e a qualidade de vida destas pessoas. |