A VULNARABILIDADE COMO FATOR DE RISCO PARA O HIV/AIDS EM MILITARES
CYNTHIA ANGÉLICA RAMOS DE OLIVEIRA DOURADO 1, EVELYN MARIA BRAGA QUIRINO 1, CLARISSA MOURÃO PINHO1, MÔNICA ALICE SANTOS DA SILVA1, MARIA SANDRA ANDRADE 1, LUCAS DOS SANTOS FEITOSA1, VALDERLANE BEZERRA PONTES NETTO1
1. FENSG-UPE - Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças-Universidade Estadual de Pernambuco
cynthiaaro@gmail.com

Diversos fatores têm sido apontados como de risco para o HIV/Aids, entre eles o uso de drogas, inclusive o álcool. Esses desvios têm relação direta e indireta com uma série de agravos à saúde, entre os quais destacamos as depressões clínicas e distúrbios de conduta, ao lado de comportamentos de risco no âmbito sexual e transmissão do HIV pelo uso de drogas injetáveis. Não são poucos os autores que enxergam o abuso de álcool como um fator de risco documentado para o comportamento sexual de alto risco, especialmente entre os militares . O objetivo foi analisar a associação entre abuso de álcool e o aumento da vulnerabilidade ao HIV/AIDS em militares. O presente estudo trata-se de uma pesquisa transversal, quantitativa onde os dados foram coletados através do software de autoentrevista assistida (ACASI); para medir o consumo de álcool foi utilizado o instrumento RAPS4 e RAPS4-QF. A amostra (n=2126 militares) foi coletada em cinco cidades brasileiras e para a análise dos dados foi realizado, a priori, análise descritiva dos dados e posteriormente montou-se um modelo de regressão logística múltipla.Apopulação estudada foi de maioria para o sexo masculino com idade de 18-49 anos, solteiros, a idade predominante foi de militares entre 18-24 anos (75%), religião católica; prevalência de 55,5% para uso de preservativo na última relação; 54,28% (n=1.124) nunca foram testados para o HIV. A prevalência de 0,486 para consumo nocivo de álcool. No módulo culpa ou remorso por ter tido relações após beber, 78,46% do universo pesquisado enquadrou-se na categoria de não resposta; entre os militares que se “omitiram” (não responderam), 61,36% tem chance de fazer consumo nocivo entre os que responderam “não saber” e “sim”. Com relação à crença, houve uma prevalência acima de 50% para consumo nocivo de álcool no grupo que diz crer em Deus, mas não professa nenhuma religião. Os resultados apresentaram uma alta prevalência para o consumo nocivo de álcool e baixa adesão ao uso de preservativo, condições que favorecem o aumento da vulnerabilidade e risco para HIV/IST entre militares. Por isso, medidas de prevenção e intervenção precisam ser implementadas, uma vez que as Forças Armadas do Brasil dispõem de um serviço de saúde robusto e capaz de promover tais procedimentos. As medidas preventivas precisam ser adotadas desde o processo de seleção daqueles que ingressam no serviço temporário, bem como aplicadas aos que estão inseridos no quadro de ativos de carreira nas Forças Armadas do Brasil.



Palavras-chaves:  HIV, Militares, Vulnerabilidade em Saúde