A VULNARABILIDADE COMO FATOR DE RISCO PARA O HIV/AIDS EM MILITARES |
Diversos fatores têm sido apontados como de risco para o HIV/Aids, entre eles o uso de drogas, inclusive o álcool. Esses desvios têm relação direta e indireta com uma série de agravos à saúde, entre os quais destacamos as depressões clínicas e distúrbios de conduta, ao lado de comportamentos de risco no âmbito sexual e transmissão do HIV pelo uso de drogas injetáveis. Não são poucos os autores que enxergam o abuso de álcool como um fator de risco documentado para o comportamento sexual de alto risco, especialmente entre os militares . O objetivo foi analisar a associação entre abuso de álcool e o aumento da vulnerabilidade ao HIV/AIDS em militares. O presente estudo trata-se de uma pesquisa transversal, quantitativa onde os dados foram coletados através do software de autoentrevista assistida (ACASI); para medir o consumo de álcool foi utilizado o instrumento RAPS4 e RAPS4-QF. A amostra (n=2126 militares) foi coletada em cinco cidades brasileiras e para a análise dos dados foi realizado, a priori, análise descritiva dos dados e posteriormente montou-se um modelo de regressão logística múltipla.Apopulação estudada foi de maioria para o sexo masculino com idade de 18-49 anos, solteiros, a idade predominante foi de militares entre 18-24 anos (75%), religião católica; prevalência de 55,5% para uso de preservativo na última relação; 54,28% (n=1.124) nunca foram testados para o HIV. A prevalência de 0,486 para consumo nocivo de álcool. No módulo culpa ou remorso por ter tido relações após beber, 78,46% do universo pesquisado enquadrou-se na categoria de não resposta; entre os militares que se “omitiram” (não responderam), 61,36% tem chance de fazer consumo nocivo entre os que responderam “não saber” e “sim”. Com relação à crença, houve uma prevalência acima de 50% para consumo nocivo de álcool no grupo que diz crer em Deus, mas não professa nenhuma religião. Os resultados apresentaram uma alta prevalência para o consumo nocivo de álcool e baixa adesão ao uso de preservativo, condições que favorecem o aumento da vulnerabilidade e risco para HIV/IST entre militares. Por isso, medidas de prevenção e intervenção precisam ser implementadas, uma vez que as Forças Armadas do Brasil dispõem de um serviço de saúde robusto e capaz de promover tais procedimentos. As medidas preventivas precisam ser adotadas desde o processo de seleção daqueles que ingressam no serviço temporário, bem como aplicadas aos que estão inseridos no quadro de ativos de carreira nas Forças Armadas do Brasil. |