QUAL IMPACTO DA COBERTURA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NAS INTERNAÇÕES E ÓBITOS POR DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS?
VALDECIR BARBOSA DA SILVA JÚNIOR1, MARIA TATIANE ALVES DA SILVA1, DANILSON FERREIRA DA CRUZ1, AMANDA PRISCILA DE SANTANA CABRAL SILVA1
1. UFPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
amandapscabral@gmail.com

Introdução: As Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIPs) destacam-se pelo seu potencial de disseminação e se caracterizam como um relevante problema de saúde pública. A maioria das DIPs podem ser evitadas por ações de prevenção e de Atenção básica à Saúde. No Brasil o modelo prioritário para estruturação desse nível de Atenção é a Estratégia Saúde da Família (ESF). Objetivo: Descrever a evolução das internações e óbitos por DIPs e da cobertura da ESF no Brasil, entre 2006 e 2015. Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo, realizado a partir de dados secundários referentes às internações e óbitos por DIPs e a cobertura da ESF. Foram calculadas as taxas de internação e mortalidade/100 mil habitantes e razão de proporções, segundo Brasil e grandes regiões.Os dados foram obtidos no Sistema de Informações Hospitalares, Sistema de Informações sobre Mortalidade e na Sala de Apoio a Gestão Estratégica do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. As análises foram realizadas em planilhas eletrônicas. Resultados: O país apresentou tendência crescente de cobertura da ESF, atingido 61% em 2015, e chegando ao patamar de 77% no Nordeste. A taxa de internação por DIPs no pais apresentou maior redução entre 2010 e 2015(30,2%), passando de 535,5 para 373,8 internações /100 mil habitantes, entretanto no mesmo período, no Norte, essa redução chegou a 44,0%.Quanto a taxa de óbitos por DIPs/100 mil habitantes, observou um aumento de 8,0% quando comparado o último com o primeiro ano da série histórica, comportamento semelhante observado em todas as regiões. Em relação à razão entre a proporção de óbitos por DIPs e proporção de internações por DIPs, de 2011 a 2015, é possível perceber que 57% das internações por esse grupo de doenças geraram óbitos. Discussão: Mesmo as DIPs sendo preveníveis e tratáveis em nível de Atenção Básica à Saúde, o estudo aponta que considerável parte da população com tal morbidade é internada, ou seja, tratada na Média e Alta Complexidade. É possível observar no país uma heterogeneidade dos indicadores analisados. Conclusão: Observou-se a expansão da ESF e simultaneamente uma redução nas internações por DIPs. No entanto, a taxa de internação ainda se mantém alta e existe um perfil estacionário de mortalidade pela mesma causa no país, evidenciando que podem existir dificuldades na Atenção à Saúde a esse grupo de doenças no SUS.



Palavras-chaves:  Doenças Transmissíveis, Doenças Parasitárias, Atenção Primária à Saúde, Estratégia de Saúde da Família