PADRÃO ESPACIAL DA SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DE PERNAMBUCO, 2012 – 2017.
AMANDA PRISCILA DE SANTANA CABRAL SILVA 1, ELIANE ROLIM DE HOLANDA1
1. UFPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, 2. UFPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
amandapscabral@gmail.com

Introdução: No Brasil, a transmissão vertical da sífilis permanece um grande problema de saúde pública. O valor observado de casos notificados na gestação tem aumentado a cada ano, sendo maior na Região Nordeste. Objetivo: Identificar áreas prioritárias para o controle da sífilis congênita em Pernambuco. Métodos: Estudo ecológico e exploratório realizado com dados do DATASUS para os municípios de Pernambuco. As taxas brutas de incidência da sífilis congênita foram calculadas por triênio e suavizadas pelo Método Bayesiano Empírico Local devido a possíveis flutuações aleatórias advindas das variações populacionais e subnotificações. Realizou-se análise comparativa entre as taxas de 2012-2014 e 2015-2017. Foi investigada a presença de autocorrelação espacial nos dois períodos por meio dos Índices de Moran Global e Local, sendo a análise realizada no software Terraview 4.2.0. Resultados:   A média da taxa de incidência bruta no primeiro triênio foi de 6,5 casos/1.000 nascidos vivos e de 10,2 casos/1.000 nascidos vivos para o segundo triênio investigado. No recorte temporal, as taxas corrigidas apontaram expansão da infecção com difusão espacial da Região Metropolitana, Zona da Mata e Agreste Central em direção ao Agreste Meridional e Sertão do Moxotó, bem como, intensificação dos casos na Região do Sertão do São Francisco. Identificaram-se áreas prioritárias para o controle da sífilis congênita em municípios agrupados entre si com taxas altas e acima da média (alto-alto), localizados predominantemente na Região Metropolitana, Zona da Mata e parte do Agreste Central. Discussão: A ocorrência de sífilis congênita é reconhecida como indicador sensível da qualidade e do acesso da atenção pré-natal, evidenciando fragilidades técnica e estrutural dos serviços de saúde. Com diagnóstico oportuno e tratamento adequado da gestante infectada e do seu parceiro, a doença pode ser prevenida e, até mesmo, eliminada, reduzindo desfechos perinatais adversos associados à infecção. O aumento na incidência entre as séries temporais pode estar relacionado, possivelmente, ao desabastecimento de penicilina que, no Brasil, teve início em 2014. Conclusão: O estudo apresentou a disseminação da sífilis congênita no território pernambucano, revelando a existência de aglomerados espaciais com altas taxas do agravo. A adoção da vigilância com foco no território poderá ser útil para identificar prioridades para intervenções de controle por parte dos serviços de saúde e gestores locais.



Palavras-chaves:  Análise Espacial, Saúde da Criança, Sífilis Congênita, Vigilância Epidemiológica