AVALIAÇÃO DE CÉLULAS T DE MEMÓRIA IMUNOLÓGICA NA LEISHMANIOSE RECIDIVA CÚTIS
EVELYN FARIAS PORTELA DA SILVA 1,2, LAILLA THAYSE MACEDO FARIAS1,2, DANIELA RODRIGUES ANDRADE1,2, JORGE CLARÊNCIO SOUZA ANDRADE1,2
1. EBMSP - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, 2. FIOCRUZ- IGM - Instituto Gonçalo Moniz FIOCRUZ
evelynsilva18.1@bahiana.edu.br

As leishmanioses são doenças parasitárias causadas pelo protozoário do gênero Leishmania transmitida ao hospedeiro vertebrado pelo inseto vetor, do gênero Phlebotomus (Velho Mundo) ou Lutzomiya (Novo Mundo). Apresentam amplo espectro de manifestações clínicas comprometendo pele, mucosa (Leishmaniose Cutânea- LC) e vísceras (Leishmaniose Visceral- LV). Considerada uma afecção rara evolutiva da Leishmaniose Cutânea, a Leishmaniose Recidiva Cútis é caracterizada por lesões nodulares em torno ou no interior da cicatriz de uma úlcera previamente produzida por Leishmania sp ., de aparecimento tardio e longa duração. Apresenta dificuldade na resposta ao tratamento clássico com evolução clínica heterogênea. Possivelmente a persistência de anticorpos em residentes de áreas endêmicas, onde a exposição continuada causaria estímulo antigênico; a espécie de Leishmania envolvida; o diagnóstico tardio; tratamento irregular com baixas doses ou ainda a inabilidade de células de memória do hospedeiro possam ser hipóteses para o desencadear da doença. Diante disso, propusemos caracterizar os subtipos de células T CD4 + e CD8 + de memória imunológica (naive, memória periférica, memória central e efetoras) no sangue periférico utilizando marcadores específicos (CD45RO e CCR7), marcação por CD62L low (memória) e CD62L high (naive) e marcadores de ativação celular (CD25, CD69 e HLA-DR),) em pacientes pós-tratamento com Leishmaniose Cutânea Localizada (LCL) e Leishmaniose Recidiva Cútis (LRC) utilizando a citometria de fluxo. O grupo amostral foi representado por 07 pacientes afetados por LRC e 10 pacientes com LCL diagnosticados como positivos pelo teste parasitológico e pelo teste de Montenegro, provenientes da região do Vale do Jiquiriçá-Bahia. Os resultados mostraram que as células T tanto CD4 + quanto CD8 + de pacientes com LRC em relação aos pacientes LCL, ambos com lesão ativa, apresentaram menor quantidade de células CD62L low e maior quantidade de CD62L righ , menor quantidade de células expressando marcadores de ativação (CD25 e HLA-DR) e menor quantidade de células de memória efetora. Concluímos que existe diferenças entre o perfil de células de memória e sua ativação quando comparamos a LRC e LCL com evidência da presença marcante de células de memória efetora na LCL. Entender a dinâmica imunológica da LC trata-se de uma oportunidade para subsidiar o desenvolvimento de terapêuticas mais eficazes. Imunidade; Leishmaniose; Leishmaniose Cutânea; Memória Imunológica.



Palavras-chaves:  Imunidade, Leishmaniose, Leishmaniose Cutânea, Memória Imunológica