PAPILOMA VÍRUS HUMANO E PREVENÇÃO: DESAFIOS PARA O RASTREAMENTO DOS CASOS DE CÂNCER DO COLO UTERINO PELO SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE |
Introdução: O câncer do colo uterino (CCU) é uma neoplasia que afeta as mulheres, com maior prevalência, entre 20 a 29 anos e 45 a 49 anos, sendo, geralmente mais agressivo nesta última faixa etária. No início se apresenta como uma lesão pré- maligna, nominada neoplasia intraepitelial cervical, classificada em graus e demoram a evoluir para o carcinoma. Dentre as causas estão à predisposição genética, tabagismo, sedentarismo e como causa principal o contágio pelo Papiloma Vírus Humano HPV. Os casos de CCU estão quase associados ao contato prévio da mulher com pelo menos um dos 13 tipos oncológicos do vírus. O HPV 16 e 18 representam os de maior risco. O exame preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é a citologia oncótica para rastreamento e prevenção. No entanto, realizar a coleta para o exame no Sistema significa enfrentar vários problemas. Objetivo: Identificar o panorama dos aos casos de CCU, no município de Vitória de Santo Antão – PE e comparar os resultados com a notificação no país. Desenho do Estudo: Estudo epidemiológico do tipo seccional. Métodos: Coleta de dados a partir do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero e do Sistema de Informação de Mortalidade para a identificação dos casos de lesões precursoras e o índice de mortalidade. Resultados: Foi observada, no período de 2005 a 2015, uma taxa de morbidade de 31.345 e 5.764 óbitos no Brasil, enquanto as taxas se mantiveram em 74 casos e destes apenas 18,5% óbitos registrados no período, respectivamente no município. Com base nas lesões precursoras da neoplasia, foram identificados valores entre 10,21% em 2006 e 11,38% em 2013, com ápice em 2009 (13,75%) no Brasil, enquanto em Vitória, os números demonstraram 12,27% em 2006 e 10,75% em 2013, com o ápice em 2009 (15,62%) e queda significativa em 2012 (9,14%). Discussão: O elevado índice de morbimortalidade associados ao CCU é alarmante. Entraves na realização dos exames para o diagnóstico preventivo dificultam o rastreamento. Chama a atenção o número de exames realizados no município, que se bem menor do que a necessidade da população priorizada para o rastreamento e divergente da política priorizada pelo Pacto pela Saúde. Conclusão: A subnotificação de casos acerca dos índices de CCU e o insuficiente número de exames realizados inviabiliza as ações estratégicas eficazes para atuar nas mortes evitáveis. É um dos tipos de câncer que apresenta maior chance de cura e o Sistema não está conseguindo rastrear. |