ACIDENTE OFÍDICO POR HYDRODYNASTES GIGAS EM PORTO VELHO, RONDÔNIA: RELATO DE CASO
ANA GABRIELA BARBOSA CHAVES DE QUEIROZ 2, ÁUREA OLÍVIA RODRIGUES LOPES SILVA2, BRUNA SOARES GONÇALO2, BRUNO RAMOS RIBEIRO SANTOS2, KATHERINE GUIMARÃES DE ALENCAR2, MAYUMI CAVALCANTE HASHIGUCHI2, SÉRGIO DE ALMEIDA BASANO2
1. CEMETRON - Centro de Medicina Tropical de Rondônia, 2. UNISL - Centro Universitário São Lucas, 3. UNP - Universidade Potiguar
gabrielabcq@hotmail.com

INTRODUÇÃO: A Hydrodynastes gigas é uma serpente de grande porte pertencente à Família Colubridae , também denominada surucucu-do-pantanal ou boipevaçu. É uma serpente que não apresenta hábitos agressivos e só ataca quando se sente ameaçada e com o intuito de proteção. OBJETIVO: relatar um caso de acidente ofídico causado pela espécie Hydrodynastes gigas . DESENHO DE ESTUDO: Paciente do sexo feminino, residente em Candeias do Jamari/RO, zona rural, procurou atendimento no município de Candeias relatando picada de serpente, foi encaminhada para o Hospital CEMETRON, onde referiu acidente ofídico há aproximadamente 2 horas, em panturrilha esquerda, associada à parestesia em membro inferior esquerdo, com presença de dor. Ausência de edema, equimose e alteração de deambulação. Foi administrado soro fisiológico 0.9% a cada 6 horas, 1 ampola endovenosa (EV) diluída de hidrocortisona de 500mg, 1 ampola intramuscular de prometazina de 25mg/mL e 1 ampola EV diluída de ranitidina de 25mg/mL e, 30 minutos após essas medicações, foram administradas 2 ampolas de soro anti-botrópico-crotálico e 1 ampola de metoclopramida 10mg/2mL de 8 em 8 horas. Os exames complementares não demonstraram resultados alterados, inclusive no tempo de coagulação e na taxa de diurese. Recomendou-se elevação do membro acometido. Ao final, paciente recebeu alta 2 dias após a internação em bom estado geral. MÉTODOS: Acesso ao prontuário clínico e aos dados laboratoriais referentes ao caso relatado, associado à pesquisa literária a respeito do quadro clínico do paciente, visando trabalhar os dados relativos à observação clínica e laboratorial, de um indivíduo portador de uma doença, sem utilizar um grupo controle ou placebo. RESULTADOS: Diagnóstico de acidente ofídico por Hydrodynastes gigas , com evolução e prognóstico positivos. DISCUSSÃO: Raros em termos epidemiológicos, os acidentes causados por Hydrodynastes gigas pouco apresentam manifestações específicas, entretanto, neste caso, a paciente relata dor e parestesia. É de difícil identificação, diagnóstico e tratamento, devido à pequena disponibilidade de informações e dados epidemiológicos, trazendo dificuldades ao profissional da saúde. CONCLUSÃO: Conclui-se que é essencial obter conhecimento a respeito da abordagem a uma vítima de acidente ofídico, priorizando identificar a espécie, com o objetivo de administrar o soro correto. Além disso, é importante proporcionar acompanhamento ao paciente e observação de sua evolução e de seu prognóstico.



Palavras-chaves:  Colubridae, epidemiologia, ofidismo, Surucucu