ACIDENTE OFÍDICO POR HYDRODYNASTES GIGAS EM PORTO VELHO, RONDÔNIA: RELATO DE CASO |
INTRODUÇÃO: A Hydrodynastes gigas é uma serpente de grande porte pertencente à Família Colubridae , também denominada surucucu-do-pantanal ou boipevaçu. É uma serpente que não apresenta hábitos agressivos e só ataca quando se sente ameaçada e com o intuito de proteção. OBJETIVO: relatar um caso de acidente ofídico causado pela espécie Hydrodynastes gigas . DESENHO DE ESTUDO: Paciente do sexo feminino, residente em Candeias do Jamari/RO, zona rural, procurou atendimento no município de Candeias relatando picada de serpente, foi encaminhada para o Hospital CEMETRON, onde referiu acidente ofídico há aproximadamente 2 horas, em panturrilha esquerda, associada à parestesia em membro inferior esquerdo, com presença de dor. Ausência de edema, equimose e alteração de deambulação. Foi administrado soro fisiológico 0.9% a cada 6 horas, 1 ampola endovenosa (EV) diluída de hidrocortisona de 500mg, 1 ampola intramuscular de prometazina de 25mg/mL e 1 ampola EV diluída de ranitidina de 25mg/mL e, 30 minutos após essas medicações, foram administradas 2 ampolas de soro anti-botrópico-crotálico e 1 ampola de metoclopramida 10mg/2mL de 8 em 8 horas. Os exames complementares não demonstraram resultados alterados, inclusive no tempo de coagulação e na taxa de diurese. Recomendou-se elevação do membro acometido. Ao final, paciente recebeu alta 2 dias após a internação em bom estado geral. MÉTODOS: Acesso ao prontuário clínico e aos dados laboratoriais referentes ao caso relatado, associado à pesquisa literária a respeito do quadro clínico do paciente, visando trabalhar os dados relativos à observação clínica e laboratorial, de um indivíduo portador de uma doença, sem utilizar um grupo controle ou placebo. RESULTADOS: Diagnóstico de acidente ofídico por Hydrodynastes gigas , com evolução e prognóstico positivos. DISCUSSÃO: Raros em termos epidemiológicos, os acidentes causados por Hydrodynastes gigas pouco apresentam manifestações específicas, entretanto, neste caso, a paciente relata dor e parestesia. É de difícil identificação, diagnóstico e tratamento, devido à pequena disponibilidade de informações e dados epidemiológicos, trazendo dificuldades ao profissional da saúde. CONCLUSÃO: Conclui-se que é essencial obter conhecimento a respeito da abordagem a uma vítima de acidente ofídico, priorizando identificar a espécie, com o objetivo de administrar o soro correto. Além disso, é importante proporcionar acompanhamento ao paciente e observação de sua evolução e de seu prognóstico. |