ACIDENTE OFÍDICO POR MICRURUS CORALLINUS COM USO INICIAL DE SORO ANTIBOTRÓPICO: RELATO DE CASO. |
INTRODUÇÃO: Acidentes elapídicos são causados por serpentes do gênero Micrurus. Os envenenamentos em humanos são considerados graves e são responsáveis por 0,4% dos acidentes por serpentes peçonhentas no Brasil. Seu veneno apresenta neurotoxinas com ações pós e pré-sinápticas. OBJETIVO: Relatar um acidente ofídico elapídico com uso inicial de soro antibotrópico (SAB), expondo consequências. DESENHO DE ESTUDO: Paciente do sexo feminino, 18 anos, procurou atendimento no Hospital Municipal de Ariquemes, relatando acidente ofídico há 1 dia, administrou-se 4 ampolas de SAB, ao qual a paciente apresentou reação alérgica. Evoluiu com ptose palpebral, distúrbio visual, cefaleia e tontura, associados a sinais flogísticos no local da mordedura – em pé esquerdo. Foi encaminhada ao Hospital CEMETRON 2 dias após a picada, onde relatou dormência, dificuldade para abrir os olhos, turvação visual e equimose no local da picada. Referiu ainda parestesia em membros inferiores (MMII) e membros superiores (MMSS) associada à paresia e fala pastosa. A conduta foi de administração da pré-medicação em conjunto com o soro antielapídico (SAE) 10 ampolas diluído em soro fisiológico 0,9% 250 mL, associados a medicamentos sintomáticos. Assim, a paciente evoluiu de maneira favorável, com alta após 3 dias de internação. MÉTODOS: Acesso ao prontuário clínico e aos dados laboratoriais referentes ao caso relatado, associado à pesquisa literária a respeito das manifestações clínicas apresentadas, visando trabalhar os dados relativos à observação clínica e laboratorial, de um indivíduo portador de uma doença, sem utilizar um grupo controle ou placebo. RESULTADOS: Confirmação diagnóstica de acidente ofídico elapídico, com evolução e prognóstico positivo. DISCUSSÃO: O diagnóstico de acidente elapídico é sugerido devido aos sinais neurológicos característicos dos acidentes por Micrurus, que são as manifestações sistêmicas neuroparalíticas – ptose palpebral, turvação visual, fala pastosa, parestesia e paresia em MMII e MMSS. Por ausência de outra opção, a paciente foi tratada inicialmente com SAB, apresentando reação alérgica. Porém, ao se realizar a conduta correta (SAE), apresentou bom prognóstico. CONCLUSÃO: Este trabalho traz à luz a importância da identificação etiológica para a escolha adequada do tratamento e a correta diluição dos medicamentos, objetivando diminuir a ocorrência de respostas alergênicas. |