INICIATIVA POPULAR DE INSERÇÃO DE FITOTERÁPICOS NO TRATAMENTO DE ENFERMIDADES EM SALINAS-MG |
A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, aprovada através do decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006, recomenda promover e reconhecer as práticas populares de uso de plantas medicinais e remédios caseiros. Muitas patologias comuns na Atenção Primária à Saúde (APS) respondem bem à fitoterapia como opção terapêutica. Baseado nessas recomendações, esse trabalho objetivou identificar e conhecer iniciativas do uso de plantas medicinais na produção de fitoterápicos em Salinas MG. Por meio de indagações e pesquisas em trabalhos de conclusão de curso, na área, verificamos que existe uma iniciativa na cidade. Para conhecê-la realizamos um primeiro contato por meio de visita na qual foi apresentada a proposta, a partir dai os contatos se tornaram frequentes. O estudo ocorreu por meio de rodas de conversa e visita guiada. O projeto teve início em 1990 como uma vertente da pastoral da criança, com o objetivo de fornecer para a parcela mais carente da população, medicamentos fitoterápicos, que se mostravam mais baratos que os convencionais, como vermífugos e a farinha enriquecida. O grupo é composto atualmente por cinco mulheres que desde o inicio buscam aprender e se aperfeiçoar. Realizaram cursos sobre produção de fitoterápicos, homeopatia e florais. As principais doenças relatadas pela população ao procurarem pelos produtos são sinusite, enxaqueca, infecções, alergias, tosse, gripe e verminose. Os medicamentos mais produzidos e comercializados são extrato de angico, extrato de amora, infusão de semente de sucupira, extrato de cipó mil homens e extrato de guaco. Apesar do seu objetivo de início, atualmente o projeto é mais procurado por outra parcela da população. Aquela com maior formação acadêmica e renda. O que evidencia uma mudança no padrão encontrado na maioria dos trabalhos publicados. Uma tendência atual de busca por formas mais naturais de tratamento. Foi possível perceber que as ações do grupo vão de encontro às políticas discutidas no âmbito do Governo Federal, que procuram garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade. |