POTENCIAL ZOONÓTICO DA DIROFILARIOSE CANINA NA BAIXADA FLUMINENSE, RJ
VIVIANE MARQUES DE ANDRADE VIEIRA 1, LARISSA RIBEIRO REGO1, NICOLE OLIVEIRA DE MOURA MARTINIANO1, GILBERTO SALLES GAZÊTA1, ANTONIO HENRIQUE ALMEIDA DE MORAES NETO1
1. IOC / FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz / FIOCRUZ
dra.vivimarques@gmail.com

Filarioses são doenças clinicamente diversas, causadas por helmintos conhecidos por filárias ou filarídeos. Um grande número de espécies de filárias podem infectar vertebrados, cerca de 10 delas podem acometer humanos. Dirofilaria immitis é o bioagente da dirofilariose, agravo comum em cães, principalmente em áreas costeiras de regiões tropicais e subtropicais. Entre os fatores condicionantes e determinantes da dirofilariose, destacam-se a abundância de vetores culicídeos, a concentração de vertebrados infectados, especialmente cães e as condições do ambiente. A dirofilariose humana é uma zoonose considerada acidental, presente em diferentes países, inclusive no Brasil. Casos de dirofilariose canina tem sido observados na região da Baixada Fluminense, RJ, entretanto, ainda não há relato de caso humano nessa região. O objetivo desse trabalho é analisar aspectos epidemiológicos da dirofilariose canina na Baixada Fluminense. Estudo descritivo, transversal, observacional e não aleatório por conveniência vem sendo desenvolvido a partir de amostras de sangue de cães nascidos, criados e atendidos em serviços veterinários dos municípios de Magé, Duque de Caxias, Guapimirim e Nova Iguaçu. Amostras triadas (teste de Knott, 4DX plus e Hemograma) e consideradas positivas são submetidas à PCR-Multiplex e sequenciamento, para identificação específica. Em todas as áreas estudas foram detectadas amostras positivas. A prevalência geral foi de 56,4% (44/78) ( X ²=17,8; p=0,0005) . As maiores frequências de animais parasitados foram observadas em Magé (85,7%) e Duque de Caxias (36,9%). Cães machos estavam mais parasitados (52,3%) e as raças mais acometidas foram Labrador e Pit Bull (80%; p=0,002 ). Das 44 amostras positivas na PCR-multiplex, 84,6% amplificaram o fragmento do gene 12S e a espécie detectada foi D. immitis . A alta prevalência e a consideração de que as áreas onde vivem os cães com D. immitis são ambientes naturais para criadouros dos vetores culicídeos, permite inferir sobre o estabelecimento e a manutenção do ciclo enzoótico na região analisada, sinalizam sua vulnerabilidade para a ocorrência do ciclo epidêmico e apontam para a possibilidade de ocorrência do caso humano. O estudo permitiu, pela primeira vez, caracterizar a ocorrência de dirofilariose canina na região e possibilitará uma análise de risco para a população humana e orientações de medidas integradas de prevenção.

Financiamento: CAPES; LITEB/IOC/FIOCRUZ; LIRN/IOC/FIOCRUZ



Palavras-chaves:  Dirofilariose, Potencial Zoonótico, Promoção da Saúde