Malária importada. Estudo clínico - epidemiológico em Alicante (Espanha)
DIEGO TORRÚS TENDERO 1, SERGIO REUS1, VICENTE BOIX1, ADELINA GIMENO1, ESPERANZA MERINO1, FERNANDO BORNAY1, JOSÉ MANUEL RAMOS1, JOAQUÍN PORTILLA1
1. HGUA - Unidad de Enfermedades Infecciosas. Hospital General Universitario de Alicante, 2. UMH - Área de Parasitología, Universidad Miguel Hernández
diemen@coma.es

OBJETIVO: Descrever o padrão epidemiológico e clínico da malária importada em Alicante e conhecer sua tendência temporal. MATERIAL E MÉTODOS: Pesquisa retrospectiva de casos de malária (categorias B50-B54 da CID-10) diagnosticados no Hospital Geral Universitario de Alicante entre 1-1-95 a 31-12-2017. Revise os registros médicos com um protocolo de coleta de dados. RESULTADOS: Foram diagnosticados 147 casos de malária, 17 (15,6%) no período 1995-2001, 64 (43,5%) entre 2002-2008 e 61 casos (41,5%) entre 2009-2017. Idade (médiana): 33,5 anos; 21 casos pediátricos (14,4%). VFR ( visiting friends and relatives ): 68 (46,3%), viajantes europeus: 41 (27,9%) e imigrantes: 38 (25,9%). 71 pacientes (48,3%) tinham história de malária e 90,3% eram provenientes da África Subsaariana, especialmente da Guiné Equatorial (69 casos). 73% dos viajantes/VFR não realizaram nenhuma diretriz de quimioprofilaxia. Plasmodium falciparum foi detectado em 78,9% dos casos. O diagnóstico de malária foi feito pelo esfregaço/gota espessa em 126 (85,7%) pacientes. Nos pacientes nos quais o esfregaço/gota esppessa foi negativo, o diagnóstico foi feito pela detecção rápida de antígenos de Plasmodium em 11 pacientes e por Multiplex-PCR em 8 pacientes. Sintomas mais comuns: febre 95,2%, calafrios 68,7% e dor de cabeça 50,3%. Tiveram diarreia el 23,8% dos pacientes. Comparando os viajantes / VFR (não imunes) com os imigrantes (semi-imunes) foram encontradas diferenças estatisticamente significativas em 4 variáveis: esplenomegalia (19,4% vs 42,1%, OR 0,72, IC95% 0,54-0, 96); plaquetas <150000 / mm3 (81,7% vs 34,2%; OR 3,59, IC95% 2,27-5,66); bilirrubina total> 1 mg / dl (70,6% vs 47,4%, OR 1,79, IC 95% 1,18-2,73) e leucócitos <4000 / mm3 (34,9% vs 13,2%; OR 1,33, IC 95% 1,06-1,11). Dezenove pacientes (12,9%) apresentaram alguns critérios de malária complicada, sendo a mais frequente a hiperparasitemia (≥ 5% dos hemacias parasitados) sem diferenças entre viajantes/VFR e imigrantes. Evolução: Em 142 (96,6%) pacientes foi obtida a cura completa da malária e 4 pacientes terminaram em exitus (2,7%). CONCLUSÕES: 1. Claro aumento do número de casos de malária a partir do ano 2001. 2. Deve-se notar a importância de uma aplicação adequada de profilaxia da malária em viajantes e VFR. 3. Existem diferenças no quadro clínico-biológico da malária entre viajantes / VFR e imigrantes. 4. A evolução clínica é semelhante em viajantes / VFR e imigrantes.



Palavras-chaves:  Malaria, Importada, Viajeros, Espanha