DETECÇÃO DE CASOS DE HEPATITE B OCULTA EM AMOSTRAS DE DOADORES DE SANGUE PREVIAMENTE TESTADOS COM TESTES RÁPIDOS
VINICIUS DA MOTTA DE MELLO 1, JOÃO PEDRO DA SILVA NUNES1, PAULO SERGIO FONSECA DE SOUSA1, MOYRA MACHADO PORTILHO1, CLEBER FERREIRA GINUNINO1, CARLOS AUGUSTO DA SILVA FERNANDES1, SHIRLEI FERREIRA DE AGUIAR1, ELISABETH LAMPE1, LIA LAURA LEWIS-XIMENEZ1, LUIS BAIÃO PELIGANGA1
1. IOC/FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, 2. IGM/ FIOCRUZ BAHIA - Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz, 3. LACEN-RJ - Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels, 4. MS ANGOLA - Direção Nacional de Saúde Pública, Ministério da Saúde de Angola
vinicmk@hotmail.com

A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) é endêmica em muitas partes da África subsaariana. Contudo, sua transmissão através da transfusão de sangue tem sido reduzida pelo rastreamento do antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg). Sabe-se, porém, que alguns indivíduos podem portar este vírus na ausência do antígeno HBsAg, denominada infecção oculta pelo HBV (IOB), motivo pelo qual se recomenda o rastreamento do HBV DNA como teste complementar em bancos de sangue. Muitos países do continente Africano se limitam a realizar somente a testagem de HBsAg nos doadores de sangue, e este muitas vezes por métodos menos sensíveis, através de testes rápidos, que podem ocasionalmente obter resultados falsos negativos. Afim de identificar possiveis IOB, o estudo teve como objetivo principal identificar a presença de HBV DNA em amostras testadas previamente para HBsAg por um Teste Rápido (TR) com resultado negativos, coletadas em 2007 de doadores de sangue de uma província localizada na parte central de Angola. Foram  analizadas um total de 173 amostras de soro, as quais, foram submetidas a testes moleculares para detecção de HBV DNA através da PCR em tempo real (qPCR). As amostras com HBV DNA detectavel, foram posteriormernte submetidas a quantificação de HBsAg, utilizando um ensaio imunoenzimatico comercial. Das amostras testadas através da qPCR, dez (10/173 = 6%) tiveram HBV DNA detectavel e destes cinco (5/10) confirmaram ser não reagentes para HBsAg na retestagem. A ausência de HBsAg na presença de HBV DNA, nos chama a atenção para a IOB identificada em 3% (5/173) das amostras estudadas. É de grande importancia ressaltar que o banco de sangue utilizou testes rápidos para a triagem de HBsAg, que é um método menos sensível comparados a testes imunoenzimáticos comerciais, o que impossibilitou a detecção de cinco indivíduos verdadeiramente positivos para HBsAg.  Também, vale destacar a importancia da utilização de testes moleculares para triagem de doadores nestes bancos de sangue, mesmo quando haja a negatividade do HBsAg, garantindo assim, a não  transmissão e disseminação do vírus da hepatite B via transfusional, nesses paises de elevada endemicidade.



Palavras-chaves:  Hepatite B, Hepatite B oculta, Doadores de Sangue