PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS EM JUAZEIRO DO NORTE - CE, DE 2008 A 2017
DAVID ANTÔNIUS DA SILVA MARROM 1, EVANÚSIA DE LIMA 1, FRANCIMONES ROLIM DE ALBUQUERQUE1, MARIA NIZETE TAVARES ALVES 1
1. SESAU - SECRETARIA DE SAÚDE DE JUAZEIRO DO NORTE - CEARÁ
daviantonius@gmail.com

Os acidentes por animais peçonhentos são descritos de acordo com o tipo de animal envolvido, podendo provocar desde uma alteração leve ou até a morte, são classificados em 4 tipos: ofidismo (acidentes por cobra), escorpionismo (acidentes por escorpiões), araneísmo (acidentes por aranhas) e acidentes por lepidópteros (taturanas ou lagartas). É importante diferenciar os tipos de acidentes de acordo com a clínica e histórico do paciente e tentar descobrir a espécie causadora do ataque, para direcionar a escolha do tratamento adequado. Configuram-se como um agravo de importância médica e um relevante problema de saúde pública e desde 2010 faz parte da Lista de Doenças e Agravos de Notificação Compulsória. No Brasil, em 2017 ocorreram 221.594 notificações de acidentes por animais peçonhentos e no Ceará, entre os anos 2007 a 2016 houve 28, destes 65,1% (18.494) foram acidentes por escorpião e 23,4% (6.169) dos acidentes foram serpentes. O objetivo desse estudo é conhecer o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos em Juazeiro do Norte-Ce no período de 2009 a 2017. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, utilizando dados do Sistema Nacional de Agravos-SINAN. As variáveis selecionadas foram: sexo, idade, tipo de animal agressor, gravidade do acidente, se fez uso de soroterapia e evolução do caso, e para análise utilizamos medidas de frequência. De 2009 a 2017 ocorreram 301 acidentes por animais peçonhentos em Juazeiro do Norte-CE, sendo 55% (167) no sexo feminino, a faixa etária mais acometida é de 35 a 49 anos, com 26%, num intervalo de 6 meses a 79 anos. Quanto ao tipo de acidente, a maior frequência foi de escorpião, 89% (267), na classificação quanto a gravidade 65% foram leves, 51% fizeram uso de soro como terapêutica e 75% tiveram evolução com cura. Conclui-se que é importante delinear estudos para conhecer a situação epidemiológica dos agravos, e atingir as finalidades da vigilância epidemiológica, como: reduzir a incidência dos acidentes por animais peçonhentos por meio da promoção de ações de educação em saúde, diminuir a gravidade e, consequentemente, a letalidade dos acidentes por meio do atendimento oportuno e adequado ao acidentado, realizar a notificação e investigação adequada do caso.



Palavras-chaves:  Animais Peçonhentos, Perfil de saúde, Saúde Pública