HANSENÍASE: JUAZEIRO DO NORTE-CE, 2008 A 2017
DAVID ANTÔNIUS DA SILVA MARROM 1, EVANÚSIA DE LIMA 1, FRANCIMONES ROLIM DE ALBUQUERQUE 1, VANESCA SUMALY ROCHA DE OLIVEIRA 1, MARIA NIZETE TAVARES ALVES 1
1. SESAU - SECRETARIA DE SAÚDE DE JUAZEIRO DO NORTE - CEARÁ
daviantonius@gmail.com

A Hanseníase é uma doença milenar, de grande relevância em Saúde Pública, causada pelo Mycobacterium leprae , é infectocontagiosa e de alto poder incapacitante, pode afetar a pele e os nervos periféricos; quando não diagnosticada precocemente e tratada adequadamente pode provocar lesões e incapacidades físicas nos olhos, nos membros superiores e inferiores.  É uma doença de notificação compulsória, que requer um acompanhamento de 6 a 12 meses ou mais de tratamento, curável, porém, ainda envolta por um estigma que foi criado ao longo do tempo. O objetivo desse estudo é descrever as características dos casos de Hanseníase do município de Juazeiro do Norte de 2008 a 2017. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, de natureza quantitativa e utiliza dados secundários do Sistema Nacional de Agravos – SINAN. De 2008 a 2017, foram notificados 1.120 casos de hanseníase, desses, 1.007 são casos novos, representando 90% dos casos. O ano que teve maior número de notificações foi o ano de 2010, com 140 notificações, porém a média de casos por ano foi de 112 casos.  Quanto ao sexo dos pacientes, 54% é do sexo masculino, a faixa etária mais acometida, representando 26% dos casos, está entre os pacientes de 50-64 anos, num intervalo de 3 a 83 anos, valendo, ressaltar que < de 15 anos representam 6% dos casos. Na variável escolaridade, 25% das fichas não foram preenchidas e 51% dos pacientes possuem o ensino fundamental incompleto. A raça, 5% não foi preenchida, 61% são pardos. Quanto à forma clínica, 5% estão sem classificação e 38% apresenta a forma tuberculóide. Quanto a saída, 87% por cura, 5% por abandono e 5% permanecem em branco. O grau de incapacidade no diagnóstico, 57% apresentou grau zero, 6% não foram avaliados e 9% esse campo não foi preenchido. Na cura, 42% apresentaram grau de incapacidade zero, 2% não avaliaram e 39% das fichas está sem preenchimento, comprometendo a análise dessa variável. Quanto a classificação operacional do tratamento, 52% realizaram tratamento Paucibacilar e 48% multibacilar. Conclui-se que a Hanseníase em Juazeiro do Norte teve uma média de 112 casos por ano, evidenciando a alta endemicidade da doença no período, havendo a necessidade de intensificar as ações de controle no tocante ao diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento adequados, alimentação oportuna no SINAN e estratégias de prevenção e promoção da saúde.



Palavras-chaves:  Estratégias, Hanseníase, Saúde Pública