LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS, MINAS GERAIS NOS ANOS DE 2015 E 2017
MARCELLA OLIVEIRA GAMA DE MELO1,2, ALEX MARCELINO BORGES1,2, JANICE OLIVEIRA SOARES1,2, JOSÉ RONALDO BARBOSA1,2, GILBERTO FONTES 1,2
1. SEMUSA - Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis, 2. UFSJ - Universidade Federal de São João del Rei, 3. FUNED/MG - Serviço de Doenças Parasitárias, Fundação Ezequiel Dias
GFONTES@UFSJ.EDU.BR

Introdução: A Leishmaniose visceral é uma grave zoonose presente em 21 das 27 Unidades da Federação e o processo de urbanização desta parasitose se tornou um desafio para Saúde Pública. O cão doméstico é o principal reservatório urbano da Leishmania infantum , agente etiológico dessa enfermidade. No município de Divinópolis, região Centro Oeste de Minas Gerais, desde o surgimento do primeiro caso de Leishmaniose visceral humana em 2007, foram notificados 24 casos, com três evoluindo a óbito. Cães com suspeita de Leishmaniose visceral canina (LVC) são encaminhados para exames no Centro de Referência em Vigilância e Saúde Ambiental (CREVISA) da cidade. Objetivo: Avaliar a frequência de LVC em cães atendidos no CREVISA, com suspeita de LVC, nos anos de 2015 e 2017. Métodos: São considerados cães com LVC, os que apresentam resultados sororreagentes por duas técnicas de diagnóstico imunológico preconizadas pelo Ministério da Saúde, Imunocromatografia rápida–TR-DPP ® (triagem) e Ensaio Imunoenzimático–ELISA (confirmatório). Os exames de triagem foram realizados durante o atendimento no CREVISA e os testes confirmatórios realizados no laboratório de Parasitologia da Universidade Federal de São João Del Rei–CCO. Foram utilizados Kits de diagnósticos produzidos pela Bio-Manguinhos/FIOCRUZ. Resultados: Em 2015 foram realizados 528 testes TR-DPP ® , sendo 334 (63,2%) reagentes para LVC e destes, 240 (45,5%) foram confirmados pelo ELISA. No ano de 2016, não houve fornecimento de kits para diagnóstico sorológico pelo Ministério da Saúde, portanto não foram realizados testes para LVC no município. Em 2017, foram examinadas 1.232 amostras pelo TR-DPP ® , sendo 369 (29,9%) reagentes para LVC e destas, 209 (16,9%) foram confirmadas pelo teste ELISA. Foi constatada redução significativa na frequência de LVC nos cães suspeitos encaminhados ao CREVISA, entre os anos 2015 (45,4%) e 2017 (16,9%) (p<0,0001). Discussão e conclusão: A diminuição significativa da frequência de LVC em Divinópolis, MG pode ter sido devido a uma maior conscientização da população acerca dessa enfermidade, o que causou um aumento da procura de atendimento para a realização dos testes de diagnóstico para LVC, mesmo em cães assintomáticos como forma de prevenção. Nos anos anteriores, os cães que eram encaminhados para realização dos testes imunológicos no CREVISA eram apenas aqueles que apresentavam sinais clínicos de LVC.



Palavras-chaves:  Diagnóstico imunológico, Frequência, Leishmaniose visceral canina