AVALIAÇÃO DA LEISHMANIOSE CANINA E COINFECÇÃO COM Babesia canis E RICKETTSIAS NO MUNICÍPIO DE CARMO DA MATA, CENTRO OESTE DE MINAS GERAIS.
MARCELLA OLIVEIRA GAMA DE MELO1, TALITA PEREIRA VAZ1, JOSÉ RONALDO BARBOSA1, BRUNA T. SILVESTRE1, JULIA ANGÉLICA G. SILVEIRA1, MÚCIO FLÁVIO BARBOSA RIBEIRO1, GILBERTO FONTES 1
1. UFSJ - Universidade Federal de São João del Rei, 2. FUNED/MG - Serviço de Doenças Parasitárias, Fundação Ezequiel Dias, 3. PARASITOLOGIA/ICB/UFMG - Departamento Parasitologia - ICB - Universidade Federal de Minas Gerais
gfontes@ufsj.edu.br

Introdução: Dentre as infecções transmitidas por artrópodes a cães destacam-se aquelas causadas por Leishmania infantum (transmitida por flebotomíneos Lutzomyia longipalpis ), e aquelas causadas por Babesia canis e rickettsias Ehrlichia canis e Anaplasma phagocitophilum (transmitidas por carrapatos da espécie Rhipicephalus sanguineus) . Estudos mostram em diversas regiões do Brasil altas taxas de coinfecção em cães causadas por esses agentes etiológicos. No município de Carmo da Mata, região Centro Oeste de Minas Gerais, não existe notificações de casos de Leishmaniose visceral humana e nem estudos epidemiológicos a respeito da Leishmaniose visceral canina (LVC). Objetivo: Avaliar a existência e prevalência de LVC em Carmo da Mata, e avaliar a existência de cães coinfectados com outro protozoário ( B. canis ) e/ou rickettsias. Métodos: Na área urbana do município foram amostrados aleatoriamente, 433 cães domiciliados e 50 cães errantes. Todos os 483 animais foram avaliados sequencialmente por testes imunológicos de imunocromatografia rápida (TR-DPP ® ) e ELISA para a verificação da infecção por Leishmania e RIFI para avaliar coinfecções. Resultados: Dos cães domiciliados, dez foram reagentes para LVC pelo teste TR-DPP ® e três confirmados pelo ELISA. Assim, a prevalência de cães reagentes para LVC encontrada na área urbana de Carmo da Mata foi de 0,7% (IC 95% = 0,2–1,9). Dos três cães sororreagentes para LVC, apenas um foi submetido aos testes parasitológico e molecular, com resultados negativos, provavelmente pela baixa carga parasitária deste cão. Entre os cães errantes não foi encontrada positividade para LVC. Quanto às coinfecções, os 433 animais domiciliados foram avaliados por RIFI, dos quais 171 (39,5%) foram reagentes para B. canis , 166 (38,3%) para A. phagocytophilum e 231 (53,3%) para E. canis . Entre os 50 cães errantes avaliados, 24 (48%) foram reagentes para B. canis , 15 (30%) para A. phagocytophilum e 7 (14%) para E. canis . Do total, 192 (44,2%) cães domiciliados e nove (18%) cães errantes apresentaram coinfecção pelos três agentes avaliados. Dois cães apresentaram coinfecções com Leishmania , sendo um com Leishmania e B. canis , e o outro com Leishmania e A. phagocytophilum e E. canis . Discussão e conclusão: A infecção por E. canis causa imunossupressão. Diante disso e da elevada prevalência encontrada desta riquetsiose, pode ocorrer aumento dos casos de LVC e assim faz-se necessário medidas preventivas para evitar a expansão de LVC em Carmo da Mata.



Palavras-chaves:  Coinfecção, Leishmaniose visceral canina, Prevalência