DISTRIBUIÇÃO DAS EPIZOOTIAS DE PRIMATAS NÃO HUMANOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NOS ANOS CICLOS DE 2017 E 2018, SEGUNDO FAMÍLIA
DA SILVA CRISTINA FREIRE1,2, SILVIA CRISTINA DE CARVALHO CARDOSO SILVIA CARVALHO1,2, PATRICIA MENEGUETE1,2, RIBEIRO MARIO SERGIO1,2, JOSÉ RODRIGO MORAES1,2, ENY REGINA QUEIROZ1,2
1. SES RJ - SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO, 2. UFF-MESTRADO DSC - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE-Mestrado Defesa e Segurança Civil
capcristinafreire@gmail.com

INTRODUÇÃO: Febre Amarela (FA) é uma doença endêmica e enzoótica em regiões tropicais e os primatas não humanos (PNH) participam neste ciclo silvestre como hospedeiros do vírus. Em estudos já desenvolvidos observa-se que o bugio (família Atelidae) apresenta grande susceptibilidade ao vírus FA, sendo sempre monitorado como participante deste ciclo de transmissão; já outros PNH apresentam grande resistência ao vírus amarílico, como é o caso do macaco prego ( família Cebidae ) que se mostra mais refratário ao vírus da FA. OBJETIVO: Descrever a distribuição das epizootias por FA no estado do Rio de Janeiro em 2017 e 2018, segundo a família do animal. METODOLOGIA: Estudo descritivo de caráter exploratório descrevendo as epizootias por FA ocorrida no ERJ nos anos de 2017 e 2018. Os dados foram extraídos da planilha de monitoramento utilizada durante período de sazonalidade. Para realização das comparações utilizou-se o teste de Fisher. DISCUSSÃO: a partir das primeiras notificações, em 05/01/2017, a SES iniciou o monitoramento em todo o ERJ. Durante o 1º ciclo (julho/16 a junho/17) o cenário epidemiológico observado foi de 216 epizootias envolvendo 362 animais. Tendo sido confirmada a circulação do vírus FA em sete municípios e 11 animais, com a seguinte distribuição de PNH: 91% da Família Atelidae (Bugio n=10) e 9% da família Callitrichidae (Sagui n=1). Neste ciclo para confirmação utilizava-se dois exames laboratoriais RT-PCR e Imuno-Histoquímica . No 2º ciclo (julho/17 a junho/18) foram notificadas 347 epizootias envolvendo 924 animais, tendo 19 municípios com epizootias confirmadas para FA. Para a confirmação da epizootia utilizou-se apenas um exame laboratorial. A identificação foi realizada em 48 animais de quatro famílias da Ordem dos Primatas, conforme a seguinte distribuição: 64,6% da Família Callitrichidae (Sagui n=30 e Mico Leão Dourado n=1); 29,1% da Atelidae (Bugio n=14); 4,2% da Pitheciidae (Sauá n=2) e 2,1% da Cebidae (Macaco-prego n=1). A distribuição dos PNH por família possui diferença estatisticamente significante entre os dois ciclos (p-valor=0,001). CONCLUSÃO: A inclusão de novas famílias identificadas com o vírus da febre amarela de um ciclo para o outro, nas matas do ERJ chama a atenção para o alto risco de transmissão da doença e para a necessidade de intensificação da vacinação em todo o estado, e aponta a necessidade da implantação da vigilância ativa de forma a monitorar o comportamento do vírus entre os PNH.



Palavras-chaves:  arboviroses, epizootias, febre amarela