PERFIL DA MORTALIDADE POR AIDS EM JUAZEIRO DO NORTE-CE, DE 2010 A 2017 |
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sua manifestação clínica em fase avançada, ou síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), ainda representam um problema de saúde pública de grande relevância na atualidade, em função do seu caráter pandêmico e de sua transcendência.Os indivíduos infectados pelo HIV, sem tratamento, evoluem para uma grave disfunção do sistema imunológico. A história natural dessa infecção vem sendo alterada, pela terapia antirretroviral (TARV), iniciada no Brasil em 1996, aumentando a sobrevida dos pacientes, mediante reconstituição das funções do sistema imunológico e redução de doenças secundárias. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, de 2007 a junho de 2016, foram notificados no Sistema Nacional de Agravos-SINAN 136.945 casos de infecção pelo HIV e no Ceará de 2007 a 2017, até a Semana Epidemiológica (SE) 46 foram notificados 6.460 casos. No país, desde o início da epidemia de AIDS (1980) até dezembro de 2015, foram identificados 303.353 óbitos cuja causa básica foi a AIDS (CID10: B20 a B24). No Ceará, o coeficiente de mortalidade nos últimos anos manteve-se abaixo da média nacional, apresentando apenas uma elevação no ano de 2015 com 4,5 por 100 mil habitantes. O objetivo desse estudo é descrever a mortalidade por AIDS em Juazeiro do Norte-CE de 2010 a 2017. É um estudo retrospectivo, de natureza quantitativa, com dados secundários do Sistema de Informação de Mortalidade – SIM. A análise foi realizada com medidas de freqüência e medidas de tendência central. Em Juazeiro do Norte de 2010 a 2017, ocorreram 74 óbitos por AIDS, sendo 74% do sexo masculino, a média da idade foi de 39 anos, e a moda foi 47 anos, num intervalo de 5 a 72 anos de idade. Quanto a raça/cor, 59% se apresentaram como pardos, 38% concluíram o ensino fundamental, 54% eram solteiros e 97% residiam na zona urbana. Conclui-se que a média de óbitos em Juazeiro do Norte no período estudado foi de 9 óbitos/ano e que os óbitos estão acometendo as pessoas na idade adulta, abaixo de 50 anos. Diante do exposto, é relevante buscar estratégias para aumentar a expectativa de vida do paciente de AIDS, garantir o acesso e adesão do paciente diagnosticado HIV ao tratamento e de forma precoce, fortalecer as políticas públicas para prevenção e atenção ao HIV. |