IMPLANTAÇÃO DA VIGILÂNCIA DOS ÓBITOS POR TUBERCULOSE EM PERNAMBUCO |
O óbito por tuberculose (TB) é um evento sentinela por ser evitável e indicativo de falhas da rede social e do sistema de saúde. Pernambuco (PE) ocupa o segundo lugar em mortalidade, ocorrendo em média, 378 óbitos por ano. O objetivo deste trabalho foi descrever como se deu a implantação da vigilância dos óbitos por tuberculose (TB) em Pernambuco (PE), refletindo sobre desafios e potencialidades de atuação enquanto programa de controle da tuberculose a fim de conhecer os determinantes do evento do óbito. A pesquisa iniciou-se com o projeto piloto em Recife, por ser o primeiro no país com maior coeficiente de mortalidade por TB (7,3 por 100 mil habitantes) dentre as capitais do Brasil. Foi instituído o Grupo de Trabalho (GT) estadual, através da Portaria SES/PE Nº 175 de 20 de abril de 2015, sendo o ponto de partida para a elaboração das fichas e organização da estratégia de investigação dos óbitos por TB. A implantação ocorreu em três etapas: 1 - construção dos fluxos de investigação domiciliar e hospitalar; 2 - elaboração dos instrumentos de investigação; 3 - identificação do registro do óbito no SIM e SINAN estadual, além dos casos notificados através do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO). Os resultados apontam dificuldades como: falta de reconhecimento da atividade de vigilância do óbito; prontuários ilegíveis e incompletos; dificuldade no acesso aos sistemas de informação como Gal e Sinan; tempo inoportuno para realização de exames laboratoriais; comunicação falha entre assistência e vigilância epidemiológica. Também foram relatados avanços: maior interação com o município, crescimento das investigações e conscientização da importância da vigilância do óbito. Os óbitos por TB não têm sido objeto da vigilância no Brasil, investiga-los de forma oportuna permite prevenir um evento evitável, identificar possíveis falhas na assistência e melhorar a completude dos sistemas SIM e Sinan. |