OS DESAFIOS ATUAIS PARA O CONTROLE DA TUBERCULOSE NO BRASIL: UMA REVISÃO LITERÁRIA |
INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) é uma doença bacteriana infecciosa que continua a ser uma ameaça global à saúde, com cerca de 10 milhões de novos casos por ano. Apesar do número de mortes e sua incidência terem sido reduzidos mundialmente, no Brasil, esses casos apresentam um número significativo de notificação após a morte e de abandono do tratamento da doença, indicando, desta forma, a existência de obstáculos atuais no controle da TB no país. OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo descrever os desafios para o controle da tuberculose no Brasil, buscando uma abordagem científica e contemporânea. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão literária de estudos publicados nas bases de dados SciELO, PubMed e Lilacs no período de janeiro de 2018 a junho de 2018. RESULTADOS: A maioria dos estudos ressalta a insuficiência na assistência à saúde e na proteção social como barreira para o acesso, a suspeição e o diagnóstico de casos de TB, visto que muitos dos fatores determinantes da doença, como a coinfecção pelo HIV, o tabagismo e a desnutrição, se sobrepõem em áreas de comunidades carentes urbanas e se manifestam em populações mais vulneráveis. Observou-se também que a descentralização dos serviços para a atenção primária de saúde representa um obstáculo que interfere no acesso ao diagnóstico e tratamento da TB. DISCUSSÃO: Esses resultados evidenciam a relevância das ações intersetoriais e multidisciplinares, como o modelo da Estratégia Saúde da Família (ESF), implementado a partir da década de 1990, que mesmo sob os desafios apresentados, promove o tratamento diretamente observado, estratégia importante para a diminuição das taxas de abandono, morte e desenvolvimento de TB multidrogarresistente. Conclusão: O Brasil ainda está longe de ter taxas de detecção adequadas, uma vez que os desafios apresentados no cenário atual refletem as iniquidades em saúde no país, o que retrocede o controle da TB. Por conseguinte, é necessário para a redução da incidência e da mortalidade da doença, mudanças no contexto econômico e político regional, além da educação em saúde, que promove conscientização dos usuários acerca da TB e de seu tratamento. |