ENTEROPARASITOSES EM IDOSOS USUÁRIOS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. |
As enteroparasitoses constituem um problema de saúde pública sendo consideradas doenças negligenciadas. O aumento da expectativa de vida no país é uma das mudanças demográficas mais relevantes. Os idosos apresentam maior predisposição às doenças parasitárias, sendo importante o conhecimento da prevalência dessas enfermidades nessa população. Devido a escassez de estudos epidemiológicos sobre parasitoses, nesse público, na região de Santa Cruz-RN, o presente trabalho objetivou determinar a prevalência de enteroparasitos e/ou enterocomensais em idosos atendidos no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário Ana Bezerra-UFRN/EBSERH, em Santa Cruz RN. Foi realizado um estudo epidemiológico, retrospectivo e documental, onde foram analisados os laudos dos exames parasitológicos de fezes de todos os indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, atendidos no período de julho de 2016 a julho de 2017. Foram encontrados 527 laudos, dos quais, 35,9% estavam positivos para enteroparasitos/enterocomensais. As espécies mais encontradas foram os protozoários comensais Endolimax nana (60,3%) e Entamoeba coli (13,7%) e o parasito Giardia lamblia (3,8%). Ainda, 9,7% estavam bi/poliparasitados. As associações mais frequentes foram Endolimax nana + Entamoeba coli (13,8%). Não foram encontradas infecções por helmintos. Dentre os positivos, 71,6% eram indivíduos do sexo feminino e 75,8% eram da área urbana. A alta prevalência de enteroparasitos/enterocomensais nos idosos retrata a realidade socioeconômica e higienicossanitária dessa população e indica uma preocupação do ponto de vista clínico. Diante desses resultados pode-se inferir que o município precisa melhorar os serviços sanitários e de abastecimento de água principalmente devido ao encontro exclusivo dos protozoários de veiculação hídrica. Fatores comportamentais também devem ser considerados nas medidas profiláticas sendo a educação sanitária uma medida eficaz. A ampliação do diagnóstico e tratamento dos infectados devem ser priorizados nos programas de atenção primária, melhorando o estado de saúde e a qualidade de vida das populações idosas. |