AVALIAÇÃO DO SEMISSINTÉTICO ÉTER METIL DILAPIOL (EMD) E TEMEFÓS (TF), SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO Aedes aegypti
JUNIELSON SOARES SILVA1, LUIZ HENRIQUE FONSECA SANTOS1, ROSEMARY ROQUE1, MÍRIAM SILVA RAFAEL 1
1. INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia / Laboratório de Vetores da Malária e Dengue / Coordenação de Sociedade, Ambiente e Saúde - COSAS / PPG - GCBEv
rosemary.roque@inpa.gov.br

O Aedes aegypti possui grande importância médica, por ser o principal vetor dos vírus causadores da dengue, zika e chikungunya. O dilapiol, extraído da planta Piper aduncum e seus derivados semissintéticos têm apresentado efeito tóxico sobre ovos e larvas desse mosquito. Estudos do efeito de novas substâncias, sobre as fases do ciclo de vida de mosquitos, para impedir o seu desenvolvimento por gerações sucessivas, são escassos. O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos do Éter Metil Dilapiol (EMD) e temefós (TF) no desenvolvimento de A. aegypti, por quatro gerações (G 1 a G 4 ) sucessivas. Ovos de A. aegypti foram colocados para eclodir em bandeja, contendo água potável, no Insetário, do Laboratório de Malária e Dengue, INPA. Ao atingir o 3º estádio, as larvas foram tratadas por 4 horas, com EMD nas concentrações de 60, 80 e 100 µg / mL, e temefós a 0,002, 0,005 e 0,007 µg / mL. Após esse período, continuaram o seu desenvolvimento até a fase adulta. Em cada geração (G 1 a G 4 ), 10 fêmeas adultas grávidas foram separadas para estimar a taxa de oviposição, de eclosão e realizar a morfometria do comprimento total dos ovos. As fêmeas tratadas na fase larval com EMD e temefós, reduziram a oviposição significativamente (Tukey, p < 0,05), comparado ao controle negativo, ao longo das quatro gerações. Ambos produtos reduziram a taxa de eclosão de ovos em fêmeas tratadas, comparado àquelas do grupo controle negativo. Houve redução significativa (p < 0,05) no comprimento médio de ovos de fêmeas tratadas com o EMD e temefós, em relação ao controle negativo, exceto nas gerações G 1 e G 4 . Estes achados mostraram um efeito cumulativo do semissintético EMD em A. aegypti , que provocou maiores alterações no seu desenvolvimento , ao longo das gerações e com o aumento das concentrações, comparado ao TF. Em trabalhos prévios deste laboratório, derivados da molécula dilapiol causaram anomalias nucleares, como brotamento e micronúcleo em células de gânglio cerebral de larvas e de gônadas de fêmeas adultas de A. aegypti e A. albopictus. O EMD em A. aegypti apresentou-se com potencial alternativa a ser usada nos programas de vigilância, para o controle populacional desse mosquito.



Palavras-chaves:  Aedes aegypti , Ciclo de vida , Arboviroses, Controle vetorial