SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS PACIENTES COM TUBERCULOSE VIVENDO EM SITUAÇÃO DE RUA EM PERNAMBUCO, DE 2015 A 2017
LIANDRA DA SILVA SANTOS 1, PÂMELLA GILSE RICARDO LEITE DE HOLANDA VASCONCELOS1, ANA CLAUDIA ARAÚJO DA SILVA1
1. UNINASSAU - Faculdade Maurício de Nassau, 2. SES-PE - Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
liandrasilvasantos@outlook.com

A tuberculose predomina no Brasil desde o período da república velha e seu controle continua sendo um desafio. Dentre as populações vulneráveis, tem-se a população vivendo em situação de rua, que segundo o Ministério da Saúde possui 56 vezes mais chance de desenvolver a doença. Este estudo tem o objetivo de descrever o perfil epidemiológico dos pacientes com tuberculose em situação de rua nos municípios do estado de Pernambuco nos anos de 2015 a 2017.Trata-se de um estudo transversal com abordagem descritiva. Os dados foram coletados por meio das Fichas de Notificação da Tuberculose (SINAN), na Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. As variáveis utilizadas foram: município de residência, data do diagnóstico, faixa etária, tipo de entrada, sexo, forma clínica, situação de encerramento, cultura, HIV e data de início do tratamento. Dos 185 municípios de PE, 51 notificaram casos de tuberculose em pessoas vivendo em situação de rua. O total de casos notificados foi apenas 294, desses 187 (63%) casos foram caso novo. O sexo mais acometido foi o masculino com 222 (75%) casos. A forma clínica prevalente foi a pulmonar com 259 (88%) casos.131 (70%) dos casos foram testados para HIV.21 (26%) realizaram cultura. Referente a situação de encerramento 47 (25 %) dos casos abandonaram o tratamento e 54 (28 %) dos pacientes obtiveram a cura. Em relação a faixa etária a mais acometida foi entre 20 – 34 anos 70 (37%) dos casos. Ainda são encontrados desafios para o desenvolvimento do Programa de Controle da Tuberculose na população vivendo em situação de rua, como a subnotificação dos casos e a criação de uma política efetiva para o controle do agravo nessa população. Os municípios de Olinda e Recife contam com o apoio da equipe de consultório de rua regido pela Portaria 122, de 25 de janeiro de 2012 que trabalha com a tuberculose e outros agravos, sendo perceptível o impacto dessa equipe na detecção de casos. Viver nas ruas é um fenômeno multicausal, que resulta na exclusão social dessas pessoas. O Plano Regional das Américas prevê ênfase nas populações mais vulneráveis como fundamental para melhoria da situação epidemiológica do país. Uma das maneiras de realizar a captação dessa população seria a articulação desses serviços e a sensibilização dos profissionais da atenção básica que são os responsáveis por assistir essa população através da busca ativa dos sintomáticos e acompanhamento do tratamento.


 

 


 



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Pessoas em Situação de Rua, Tuberculose