TERMOTERAPIA POR RADIOFREQUÊNCIA: UM TRATAMENTO ALTERNATIVO PARA LEISHMANIOSE CUTÂNEA NO AMAZONAS
ERIKA OLIVEIRA DA SILVA1,2, THAÍS TIBERY ESPIR1,2, YENLY GONZALES PEREZ1,2, JORGE CLARÊNCIO SOUZA ANDRADE1,2, FRANCIMEIRE GOMES PINHEIRO1,2, BRUNO BEZERRA JENSEN 1,2, PAULINE DE FARIA SOLDERA1,2, ANA FLÁVIA DA SILVA CHAGAS1,2, ANTONIA MARIA RAMOS FRANCO1,2
1. INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 2. UFAM - Universidade Federal do Amazonas, 3. IGM-FIOCRUZ/BA - Instituto Gonçalo Moniz - FIOCRUZ
brunobjensenfarma@gmail.com

No Brasil, a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) destaca-se por sua ampla distribuição, ocorrendo em todos os Estados da Federação. Em 2015, foram notificados 19.395 casos da doença sendo o Amazonas responsável por 1.713 casos, todos na forma cutânea. No Brasil o Ministério da Saúde recomenda, como droga de primeira escolha a ser usada no Sistema único de Saúde (SUS), o antimonial pentavalente e o isotionato de pentamidina ou a anfotericina B como segunda opção e Pentoxifilina como imunomodulador. Algumas dessas drogas vêm sendo utilizadas para tratar a Leishmaniose Cutânea (LC) durante décadas, contudo, são tóxicas e requerem duração prolongada do tratamento. A Termoterapia é um tratamento alternativo para LC, de baixo custo e não invasivo, que consiste na propagação de ondas de radiofrequência numa temperatura pré-determinada, localizadas, aplicada em lesões da pele para destruir fisicamente os parasitos sensíveis à temperatura e vem sendo utilizado com sucesso no tratamento para LC em outros países. As células anormais e doentes são afetadas pelo calor e sofrem lise, já as células saudáveis circundantes não são afetadas pois temperatura está dentro de uma faixa tolerável. Nesse estudo foram acompanhados 12 pacientes tratados com protocolo termoterápico (ThermoMed Modelo 1.8) por 12 meses para avaliação da eficácia clínica e 16 pacientes com LT, causada por Leishmania ( Viannia ) guyanensis , tratados por antimoniato de meglumina (Glucantine ® ). Pacientes com lesões únicas ou múltiplas, ambos os gêneros, de 0,5 a 3,0 cm 2 tratados com termoterapia receberam apenas uma única aplicação e obtiveram 58% de cura clínica em até dois meses. O grupo tratado com glucantime ® receberam ciclos de (20 mg/kg/dia) e aos 3 meses 100% destes apresentaram resolução das lesões com reepitalização tecidual. Dos pacientes tratado com glucantime foi realizada análise das citocinas pelas técnicas da Citometria de fluxo. A concentração das citocinas pró-inflamatórias (IL-2, TNF-α, IFN-γ) apresentaram diferenças significativas (p<0,0001) entre indivíduos infectados e não infectados (grupo controle). Indica-se o tratamento termoterápico para LC como método alternativo por ter menor custo, e efeito colateral reduzido, sugerindo-se a continuidade de estudos que possam esclarecer se existe uma resposta espécie especifica, direcionando assim a indicação terapêutica de suporte ao tratamento convencional.



Palavras-chaves:  Citocinas, Leishmaniose cutânea, Resposta imune, Termoterapia