SOROPREVALÊNCIA PARA ZIKA, DENGUE E CHIKUNGUNYA EM PUERPERAS QUE APRESENTARAM DOENÇA EXANTEMATICA DURANTE A GESTAÇÃO E INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES CONGÊNITAS EM UMA MATERNIDADE DE REFERÊNCIA DE SALVADOR-BAHIA
ALAN OLIVEIRA DUARTE1, FERNANDA WASHINGTON DE MENDONÇA LIMA1, ISADORA CRISTINA DE SIQUEIRA1, JOÃO VITOR OLIVEIRA1, EDILENE MOTA1, LUIZ CARLOS ALCÂNTARA1, LORENA PESSOA1, CLÁUDIO MAGALHÃES FILHO1, JÉSSICA GRAZIELLA LIMA1, DANIEL AUGUSTO CARVALHO1, ROSANA PESSOA1, GLORYANE BESSA1, EDUARDO MANUEL FIGUEIREDO1, JUAN INACIO CALGANO1, BRENO ALMEIDA1
1. UFBA - Universidade Federal da Bahia, 2. IGM-FIOCRUZ - Instituto Gonçalo Muniz, Fundação Oswaldo Cruz, 3. JMMN - Maternidade De Referência Prof. José Maria de Magalhães Neto
alanduarte.ufba@gmail.com

Epidemias concomitantes de Dengue, Chikungunya e Zika vem ocorrendo no Brasil. Em maio de 2015 os primeiros casos de infecção por vírus Zika (ZIKV) foram confirmados no Brasil e após seis meses um surto de recém-nascidos com microcefalia foi notificado no Nordeste, sendo confirmada a associação com a infecção por ZIKV em gestantes e infecção congênita. Estudos de soroprevalência, sobretudo em mulheres e gestantes são necessários para o melhor entendimento do impacto dessas arboviroses em nosso meio. Avaliamos a prevalência de anticorpos para ZIKV, Dengue (DENV) e Chikungunya (CHIKV) em puérperas que referiram exantema durante a gestação e em seus neonatos. Trata-se de um estudo de corte-transversal, soroepidemiológico, que incluiu puérperas que referiram doença exantemática durante a gestação e seus neonatos, admitidos em uma maternidade de referência de Salvador-BA, durante a epidemia de Zika, de 2016. Dados clínicos e epidemiológicos foram obtidos com questionários padronizados após assinatura do TCLE. Detecção de anticorpos IgG para ZIKV, DENV, CHIKV e IgM para DENV e CHIKV foram realizadas por kits comerciais de ELISA (Euroimmun™).  A detecção de IgM específica anti-ZIKV IgM foi realizada por MAC-ELISA “in house” (CDC). Foram incluídas 101 mães, com idade mediana de 23 anos (IQR=10). A maioria declarou-se da cor negra (54,5%), e cursado até o ensino médio (46,5%). Com relação à soroprevalência, para IgM anti-ZIKV, 07 mães (6,9%) e 04 neonatos (4%) foram reagentes. Para IgM anti-CHIKV, 23 mães (22,8%) e 04 neonatos (4%) foram reagentes.  Para IgM anti-DENV, 12 mães (11,9%) foram reagentes. Onúmero de puérperas soropositivas para IgG contra ZIKV, CHIKV e DENV foi de 73 (72,3%), 39 (38,6%) e 93 (92,1%), respectivamente. Dos 101 neonatos , 73 filhos de mães com evidência de infecção por ZIKV (72,3%), 06 (8,2%) nasceram com microcefalia. Dentre os neonatos das 23 mães com IgM anti-CHIKV (IgM), 03 possuíam IgM anti-CHIKV, caracterizando infecção congênita, no entanto nasceram saudáveis. Caracterizamos as taxas de soroprevalência para ZIKV, CHIKV e DENV, em puérperas que apresentaram doença exantemática durante a gestação e a incidência de infecção congênita pelo ZIKV e CHIKV, no período do estudo. O conhecimento da soroprevalência para os arbovírus é importante para entender a real dimensão da epidemia de arboviroses no Brasil epara serem identificados os grupos ainda susceptíveis às infecções para que medidas de prevenções sejam direcionadas.



Palavras-chaves:  Infecção congênita, Soroprevalência, Microcefalia, Zika, Chikungunya