TUBERCULOSE EM MENORES DE 15 ANOS, PERNAMBUCO, 2007 A 2016 |
INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) é uma doença de caráter infeccioso e transmissível, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, podendo acometer uma série de órgãos e/ou sistemas. Os aspectos epidemiológicos na infância não são ainda totalmente conhecidos, os altos índices da morbimortalidade podem ser decorrentes das falhas no diagnóstico e tratamento. OBJETIVO: Caracterizar a situação epidemiológica da Tuberculose em menores de 15 anos em Pernambuco, Brasil, no período de 2007 a 2016. DESENHO DO ESTUDO: Estudo descritivo, retrospectivo de caráter quantitativo. MÉTODOS: Os dados foram coletados por meio das Fichas de Notificação da Tuberculose (SINAN), na Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, no período de dezembro de 2017 a maio de 2018. A mostra consistiu de crianças menores de 15 anos acometidas pela TB notificadas no período de Janeiro de 2007 a Dezembro de 2016. As variáveis utilizadas para análise foram: forma clínica, baciloscopia, raio-X, teste tuberculínico, testagem para HIV, agravos associados, raça/cor, sexo e situação de encerramento do tratamento. RESULTADOS: Foram notificados 1918 casos de TB, média anual de 198, desvio padrão de 60,3. Acometendo, maiormente 691 (36%) a faixa entre 10 a 14 anos. A forma pulmonar foi mais incidente 1286 (67%), com apenas 423 (22,1%) baciloscopias positivas. 1136 (59,2%) casos realizaram o exame radiográfico de tórax. O teste tuberculínico apresentou positividade em 620 (32,3%) casos. 120 (6%) casos coinfectados TB/HIV. Dos agravos associados, 82 (4,3%) tinham alcoolismo e 24 (1,3%) diabetes. Para à raça cor, os pardos predominaram com 1080 (56,3%) casos. O sexo masculino, foi mais acometido 876 (52,9%). Apenas 1108 (65,8%) curaram e 182 (10,9%) abandonaram. DISCUSSÕES: A preponderância da forma pulmonar é esperada, devido características intrínsecas ao bacilo. A TB foi mais prevalente em crianças do sexo masculino, corroborando com a literatura. O baixo índice de cura (65,8%) e de abandono (10,9%) se encontram abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde visto que o Brasil tem como meta 85% de cura e < 5% de abandono.CONCLUSÕES: Os altos índices de indicadores de TB observados entre os menores de 15 anos reforçam a necessidade de uma política mais abrangente de controle da tuberculose infantil no estado, de ações que proporcionem o diagnóstico precoce, o acesso a informações sobre a doença, e o tratamento adequado para diminuir a precocidade da exposição das crianças ao Mycobacterium tuberculosis. |