PROTEÍNA MULTIEPITOPO PQ10: UM BOM ANTÍGENO PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE ATUARIA NO CONTROLE DE CURA DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA? |
A leishmaniose visceral (LV) é a forma mais grave da doença causada por protozoários do gênero Leishmania . Os cães domésticos são considerados os principais reservatórios do agente etiológico ( Leishmania infantum ), razão que torna esses animais alvos de medidas de controle da doença. Atualmente, após o registro do produto Milteforan®, o tratamento medicamentoso dos animais infectados é permitido pelo Ministério da Saúde. Cães submetidos a esse tipo de tratamento são acompanhados por médicos veterinários e são realizados testes parasitológicos (PCR em tempo real - qPCR) e sorológicos (ELISA com antígeno bruto e Reação de imunofluorescência indireta). Entretanto, para contornar problemas como o custo elevado da PCR e a baixa especificidade da sorologia que utiliza antígenos brutos, a presente proposta visa avaliar a utilização de uma proteína recombinante multiepitopo (PQ10) em ELISA para acompanhamento de cães tratados. A PQ10 foi escolhida por ter demonstrado ser capaz de detectar precocemente a infecção canina de maneira mais eficaz que a PCR. Foram investigados cães submetidos a tratamento medicamentoso com acompanhamento veterinário há pelo menos 6 meses e foram coletadas amostras de soro, medula e pele desses animais. Amostras de DNA foram extraídas de pele e medula e foram submetidos a qPCR. O soro foi submetido a ELISA com antígeno PQ10. Como controle negativo, foram usadas amostras de soros de cães PCR, ELISA e RIFI negativos, nunca submetidos a tratamento contra LVC. Foi possível observar que cães sob tratamento apresentavam qPCR negativa porém ELISA-PQ10 positiva. Dessa forma, pode-se verificar que a proteína multiepitopo PQ10 não se mostrou um bom antígeno para controle de cura na LVC, pois mesmo após a negativação de técnicas moleculares, a permanência de anticorpos anti-PQ10 fizeram as absorbâncias permaneceram bastante elevadas. Diante dos resultados obtidos, consideramos necessária a busca de novos antígenos recombinantes para acompanhamento do tratamento canino, com acurácia semelhante à da qPCR, mas com custo mais acessível. |