PROTEÍNA MULTIEPITOPO PQ10: UM BOM ANTÍGENO PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE ATUARIA NO CONTROLE DE CURA DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA?
FLÁVIA CAROLINA CASTRO MELO 1, ANGÉLICA ROSA FARIA1, HÉLIDA MONTEIRO DE ANDRADE1, VITOR MÁRCIO RIBEIRO1
1. UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais, 2. SAHV - Hospital Veterinário Santo Agostinho
flavia.castrom@hotmail.com

A leishmaniose visceral (LV) é a forma mais grave da doença causada por protozoários do gênero Leishmania . Os cães domésticos são considerados os principais reservatórios do agente etiológico ( Leishmania infantum ), razão que torna esses animais alvos de medidas de controle da doença. Atualmente, após o registro do produto Milteforan®, o tratamento medicamentoso dos animais infectados é permitido pelo Ministério da Saúde. Cães submetidos a esse tipo de tratamento são acompanhados por médicos veterinários e são realizados testes parasitológicos (PCR em tempo real - qPCR) e sorológicos (ELISA com antígeno bruto e Reação de imunofluorescência indireta). Entretanto, para contornar problemas como o custo elevado da PCR e a baixa especificidade da sorologia que utiliza antígenos brutos, a presente proposta visa avaliar a utilização de uma proteína recombinante multiepitopo (PQ10) em ELISA para acompanhamento de cães tratados. A PQ10 foi escolhida por ter demonstrado ser capaz de detectar precocemente a infecção canina de maneira mais eficaz que a PCR. Foram investigados cães submetidos a tratamento medicamentoso com acompanhamento veterinário há pelo menos 6 meses e foram coletadas amostras de soro, medula e pele desses animais. Amostras de DNA foram extraídas de pele e medula e foram submetidos a qPCR. O soro foi submetido a ELISA com antígeno PQ10. Como controle negativo, foram usadas amostras de soros de cães PCR, ELISA e RIFI negativos, nunca submetidos a tratamento contra LVC. Foi possível observar que cães sob tratamento apresentavam qPCR negativa porém ELISA-PQ10 positiva. Dessa forma, pode-se verificar que a proteína multiepitopo PQ10 não se mostrou um bom antígeno para controle de cura na LVC, pois mesmo após a negativação de técnicas moleculares, a permanência de anticorpos anti-PQ10 fizeram as absorbâncias permaneceram bastante elevadas.  Diante dos resultados obtidos, consideramos necessária a busca de novos antígenos recombinantes para acompanhamento do tratamento canino, com acurácia semelhante à da qPCR, mas com custo mais acessível.



Palavras-chaves:  Controle de cura, Diagnostico, ELISA, Leishmaniose Visceral, Tratamento