Prevalência da duração do aleitamento materno exclusivo em crianças expostas ao vírus Zika durante a gestação em Manaus/AM
LUCÍOLA DE FÁTIMA ALBUQUERQUE DE ALMEIDA PEIXOTO CASTRO 1,2, LUANA SOARES OLIVEIRA1,2, MARÍLIA ROSA ABTIBOL BERNARDINO1,2, RODRIGO HARUO OTANI1,2, DANIEL DE MEDEIROS BATISTA1,2, SILVANA GOMES BENZECRY1,2, CAMILA HELENA AGUIAR BÔTTO DE MENEZES1,2, MÁRCIA DA COSTA CASTILHO1,2, MARIA DAS GRAÇAS COSTA ALECRIM1,2, FLOR ERNESTINA MARTINEZ-ESPINOSA1,2
1. FMT-HVD - Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado , 2. UEA - Universidade do Estado do Amazonas, 3. FIOCRUZ-AMAZÔNIA - Instituto Leônidas e Maria Deane, 4. FAMETRO - Faculdade Metropolitana de Manaus
peixoto.luciola@gmail.com

A ocorrência de surto por vírus Zika (ZIKAV) foi reportada no Brasil em 2015. Em Manaus, até o final de 2016, 506 casos de infecção por ZIKAV na gestação foram confirmados, sendo que 65,2% (330/506) foram notificados na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Em meio ao surto por ZIKAV, a ONU e a OMS mantêm a recomendação que os bebês comecem a ser amamentados na primeira hora de vida e sejam amamentados exclusivamente durante seis meses mesmo com mães com infecção suspeita, provável ou confirmada. O estudo teve como objetivo verificar a prevalência da duração do aleitamento materno exclusivo (AME) nestas crianças expostas intraútero ao ZIKAV que estão sendo acompanhadas em um estudo de coorte realizado na FMT-HVD. O presente estudo é do tipo descritivo observacional. A exposição materna ao ZIKAV foi verificada por meio de PCR em tempo real em amostra de sangue ou urina. A microcefalia foi considerada de acordo com OMS (perímetro cefálico menor que dois desvios padrão para idade gestacional ao nascer e sexo). E AME foi definido de acordo com a OMS como a criança que recebe leite materno diretamente do seio ou ordenhado. Desde março de 2017, as crianças estão sendo atendidas por equipe multiprofissional na FMT-HVD. Até maio de 2018, 51 crianças foram avaliadas. Cinquenta e um por cento são do gênero feminino e 49% do gênero masculino. Em relação ao perímetro cefálico (PC), 66,6% da população apresentou PC > 33 cm, 29,4% PC 30-33cm, e 3,9% (2/51) PC < 30 cm. Foi observada que 49% (25/51) receberam AME até 6 meses, 31,3% receberam AME de 2 a 4 meses, e 19,5% receberam AME até 2 meses. Observou-se que das duas crianças microcefálicas (PC < 30 cm), uma não recebeu AME em nenhum momento, e a outra recebeu AME somente por 2 meses. Nas crianças microcefálicas, o aleitamento materno exclusivo foi mantido por no máximo dois meses, logo, essas nutrizes necessitam de suporte e apoio à amamentação. E faz-se necessário maiores estudos para entender o não sucesso do aleitamento materno exclusivo em crianças microcefálicas.



Palavras-chaves:  Aleitamento materno, Aleitamento materno exclusivo, Gestantes, Microcefalia, Vírus Zika