AVALIAÇÃO DE MICRORNAS NA RESPOSTA ENDOTELIAL FRENTE A ESTÍMULO COM PLASMAS DE PACIENTES INFECTADOS POR PLASMODIUM VIVAX
CARLA C JUDICE 1, JOÃO CK DOS SANTOS1, JOÃO L SILVA-FILHO1, MARCUS VG LACERDA1, STEFANIE CP LOPES1, FABIO TM COSTA1
1. UNICAMP - Laboratório de Doenças Tropicais Prof. Dr. Luiz Jacintho da Silva, Departamento de Genética, Evolução, Microbiologia e Imunologia, Instituto de Biologia (IB), Universidade de Campinas., 2. FMT-HVD - Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado. , 3. ILMD - Instituto Leônidas e Maria Deane, Fiocruz.
carla.judice@gmail.com

A malária vivax é a forma mais amplamente distribuída no mundo, ocorrendo na América Latina, Ásia, Coréia, China, Oriente Médio e em algumas localidades da África. Casos originados pelo P. vivax respondem por cerca de 40% de todos os episódios de malária fora do continente africano. Mundialmente 2,5 bilhões de pessoas estão em risco de infecção por P. vivax . Ao lado da Venezuela, o Brasil é líder de casos nas Américas, sendo 99,5% destes reportados na região denominada Amazônia Legal. No Brasil, mais de 85% dos casos são provocados pelo P. vivax . Atualmente, P. vivax é considerado um patógeno que causa sintomas imunopatológicos graves, entre eles anemia com eventos repetidos de hemólise, episódios de diseritropoiese, disfunções endoteliais dentre outras. Alterações do endotélio têm sido relatadas e são cruciais na imunopatogênese da malária. Nesse contexto, ressalta-se a importância de uma melhor compreensão da resposta endotelial, bem como os fatores plasmáticos circulantes, possivelmente correlacionados aos diferentes quadros de severidade. Um outro componente da reposta hospedeira que chama atenção refere-se aos microRNAs. Na malária vivax, o papel dos microRNAs começa a ser explorado, não apenas como biomarcadores, mas já foram descritas alterações no perfil de expressão desses RNAs associadas à eritropoiese medular durante infecção por P.vivax . Neste trabalho, inicialmente plasmas provenientes de indivíduos saudáveis e de pacientes malária vivax sintomáticos foram coletados. Em seguida, foram caracterizados quanto à presença de citocinas e quimiocinas que podem estar associadas à patogênese da malária e a alterações do endotélio. A mensuração plasmática revelou significativa ativação endotelial nos pacientes, avaliada através de ICAM-1 e VCAM-1, entre outros. Ainda, os resultados indicam uma clara tendência à produção de citocinas pró-inflamatórias nos pacientes, tais como TNF-a e IL-6. Após essa caracterização, os plasmas foram agrupados e utilizados em ensaios ex vivo , onde células endoteliais (HUVECs) foram estimuladas por tais plasmas. Aqui, em particular, o objetivo foi identificar microRNAs atuantes nesse contexto de estimulação endotelial. Para tal, foram avaliados microRNAs previamente descritos em processos inflamatórios ou de disfunção endotelial. Os resultados obtidos indicam que o nível de expressão dos microRNAs pode variar de acordo com o plasma utilizado, e sua composição no diz respeito aos marcadores de ativação endotelial.

 



Palavras-chaves:  disfunção, endotélio, malária vivax, microRNAs