AVALIAÇÃO DA GEOLOCALIZAÇÃO DE PACIENTES COM MALÁRIA E FORMULÇÃO DE ESTIMATIVAS DE LOCAIS ENDÊMICOS NO ESTADO DO AMAZONAS |
A malária é uma doença infecciosa, febril, aguda e muito comum em locais de clima tropical. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2015 foram registrados 143.647 casos no Brasil, dos quais 75.755 ocorreram no Amazonas. A espécie predominante foi o Plasmodium vivax, a qual tem como característica a presença de uma forma evolutiva (hipnozoíto) que pode permanecer oculta no fígado e eventualmente reativar a doença (recaída). Atualmente o Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica de Malária (SIVEP - malária) considera os locais prováveis de infecção com base em informações autorreferidas pelo paciente, concorrendo para a imprecisão desses dados. A maior precisão do local de infecção permitiria o desenvolvimento de políticas públicas eficientes, além de apoiar na diferenciação entre casos novos e recorrências para investigações posteriores. O projeto vem sendo desenvolvido em uma unidade terciária de Manaus. O objetivo geral é avaliar áreas de alto risco de transmissão de malária e a recorrência de malária por P. vivax na cidade de Manaus. É um estudo transversal no qual os dados de geolocalização dos pacientes suspeitos de malária foram coletados através do sistema Google Takeout que monitora a localização de usuários com contas Google em equipamentos móveis com sistema android (tablets e celulares). O paciente é acompanhado durante o acesso do aplicativo web "SiPoS" (www.sipos.fcf.usp.br) em um computador conectado a internet e devidamente configurado para manter a segurança dos dados do paciente. Uma vez conectado, os dados serão acessados e o arquivo no formato .JSON, onde constam os dados de deslocamento do paciente, será baixado para a nuvem, destinada unicamente a esse propósito para posterior análise. Até o momento foram realizados 229 cadastros, sendo 14% de casos negativos (58% M/42% F) e 86% de casos positivos para P. vivax (64% M/36% F). A média de idade apresentada até o momento é de 41,05 anos (18+88), a média de idade masculina é de 40,65(18+79) e a média de idade feminina é de 41,75(18+88), os pacientes apresentaram uma média de 3,61 dias (3,47-M/3,85-F) de sintomas antes de realizar o exame para confirmação da doença. Dos casos registrados 4,8% não informaram o local provável de infecção, sendo o local mais comum comunidades na Estrada Manoel Urbano (3,5%). Dos diagnósticos positivos 39% foram liberados com o resultado de duas cruzes. Os dados de geolocalização ainda estão em fase de análise. |