PROTOTECOSE: RELATO DE CASO
FRANCY DÁZIA MENÊZES FERREIRA1, RAFAEL BEZERRA MENDES 1, YANKEE COSTA MAGALHÃES DINIZ1, RAIMUNDA RIBEIRO DA SILVA1, CONCEIÇÃO DE MARIA PEDROZO E SILVA DE AZEVEDO1, MARIA ROSA QUARESMA BOMFIM1
1. UFMA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, 2. UNICEUMA - Universidade Ceuma
rafaelmenbezerra@gmail.com

A prototecose é uma infecção causada por algas do gênero Prototheca -  fungos unicelulares não fotossintetizantes. No homem é causada principalmente pela Prototheca wickerhamii. Está associada a trauma cutâneo com exposição à água, solo contaminado ou traumas oriundos de contato com plantas. A forma cutânea é a apresentação mais comum, seguida pela infecção sistêmica, e a forma articular com bursite do olecrano. É comum a forma cutânea manifestar-se em áreas expostas: membros, pescoço e face. Pústulas, pápulas, nódulos, lesões verrucosas, crostas, vesículas, placas eritematosas associadas a prurido intenso são achados comuns, tal como, a coinfecção bacteriana. É comum a ocorrência em pacientes que possuem graus de imunossupressão, ou que fazem o uso crônico de corticosteroides. Caso Clínico: paciente de 75 anos, masculino, comerciante, nascido em Icatú – MA, mas residente em São Luis-MA, há 30 anos. Procurou atendimento referindo lesão hiperemiada, com aspecto crostoso no braço esquerdo há 6 meses. Ao exame, a lesão se encontrava hiperemiada, infiltrativa, dolorosa, com presença de pústulas e crostas, com ardência e ressecamento, atingindo todo o membro superior. O quadro iniciou-se após exposição do braço a material de um cano de esgoto doméstico, o paciente relata que havia limpado o local dias antes da lesão surgir. O tratamento inicial foi realizado com Cloridrato de Terbinafina (250mg, uma vez ao dia), mas, houve piora da lesão. No retorno foi realizada biópsia para exame histopatológico e cultura. Ao histopatológico, evidenciaram-se estruturas circulares, moruliformes, que, ao teste de assimilação de açúcares foram identificadas como Prototheca wickerhamii. Instituiu-se o tratamento com Itraconazol 200mg/dia, com piora da lesão. Após aumento da dose para 400mg/dia, a lesão continuou a piorar. Uma nova biópsia foi feita para realização de teste de sensibilidade in vitro à Anfotericina B e cultura de bactéria. Constatou-se sensibilidade, assim como crescimento de Staphylococcus haemolyticus – sensível à Clindamicina, Vancomicina e teicoplamina. Foi iniciado o tratamento com Anfotericina B lipossomal (250mg por dia, durante 10 dias), associada à clindamicina (900mg/dia, durante 10 dias) com melhora importante do quadro. O caso demonstra a relevância da investigação com histopatologia e cultura para lesões dermatológicas, haja vista a grande incidência de casos parecidos na região.



Palavras-chaves:  Histopatológico, infecção, prototecose