DOENÇA AGUDA PELO VÍRUS ZIKA: ANÁLISE ESPACIAL
APARECIDO BATISTA DE ALMEIDA 1,2, ROUDOM FERREIRA MOURA1,2
1. FSP - Faculdade de Saúde Pública da USP, 2. CVE - Centro de Vigilãncia Epidemiológica - CVE Prof.Alexandr Vranjac
aalmeida@usp.br

Introdução: O ZIKA Vírus (ZIKV) foi isolado pela primeira vez em 1947 na floresta de Zika na República de Uganda. Posteriormente, a análise filogenética do genoma viral, percebeu-se que, provavelmente, o vírus surgiu nessa localidade em torno de 1920 e após duas fases de migração para o Oeste Africano deu início as duas linhagens africanas. No Brasil, em 2015, foi confirmada a circulação do ZIKV na região do Nordeste a partir de isolamento viral em casos suspeitos de dengue. Depois dessa confirmação as demais regiões, também, confirmaram e, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-Net), o Estado de São Paulo notificou 10.423 casos da Doença Aguda pelo Vírus Zika (DAVZ) em 2016. Objetivo: Descrever espacialmente os casos confirmados da DAVZ, identificar os picos do surto epidemiológico desse agravo no Estado de São Paulo em 2016 e mostrar espacialmente o estado e municípios com maior incidência. Método: Estudo ecológico. Foram utilizados casos confirmados da DAVZ, obtidos através do SINAN-Net do Estado de São Paulo em 2016. Os casos confirmados foram geocodificados, utilizando-se os endereços de residências por meio do site easymapmake. Após a geocodificação, foi realizada a análise de Kernel para mostrar as áreas quentes no Estado e assim revelar, por meio de estatísticas de varredura do SatsCan, aglomerações e respectivos Riscos Relativos (RR) nos diversos municípios paulistas. Resultado: Dentre os centroides dos 13 aglomerados de cluster com valor de “p” significativos estatisticamente, foram mais intensos nos municípios de Barretos, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Pereira Barretos, Alto Alegre, Penápolis, Cravinhos, Gavião Peixoto, Jaci, Porto Ferreira, Piracicaba, Sumaré e Campinas com variação de seus RR entre ≥ 2,22 a ≤ 67,24. Conclusão: A análise espacial dos casos confirmados da DAVZ no Estado de São Paulo mostrou que os municípios das regiões norte e noroeste apresentaram crescente RR, portanto, devem ser priorizados no desenvolvimento de atividades de vigilância em saúde para os anos posteriores.



Palavras-chaves:  Análise Espacial, Zika Vírus, Vigilância em Saúde, Arbovirose, Doença Aguda pelo Vírus Zika