OS CONTEXTOS REGIONAIS DO HIV NA GESTAÇÃO NO BRASIL |
Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é uma infecção causada pelo HIV. Uma das importantes vias de transmissão é a vertical, da mãe para o concepto durante a gestação (por via transplacentária), trabalho de parto e no parto pelo contato com o sangue ou pelo leite materno. Objetivo: descrever diferenças regionais no cenário epidemiológico do HIV/AIDS na gestação. Desenho do estudo e método: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo. As variáveis selecionadas foram região do país, faixa etária, raça/cor da pele e escolaridade, e ano da notificação. Para tal análise utilizou-se dados estáticos correspondentes aos anos de 2000 a 2016, obtidos através do boletim epidemiológico da secretaria de vigilância em saúde, disponíveis após serem notificados no SINAN. Resultados: No Brasil, no período de 2000 até junho de 2016, foram notificadas 99.804 gestantes infectadas pelo HIV. Verificou-se que 39,8% das gestantes residiam na região Sudeste, seguida pelas regiões Sul (30,8%), Nordeste (16,2%), Norte (7,4%) e Centro-Oeste (5,7%). Apenas em 2015, foram identificadas 7.901 gestantes no Brasil, sendo 31,9% na região Sudeste, 29,6% no Sul, 20,9% no Nordeste, 11,8% no Norte e 5,8% no Centro-Oeste. Desde 2000, a faixa etária de 20 a 24 anos é a que apresenta o maior número de casos de gestantes infectadas com HIV (28,6%). Segundo a escolaridade, observa-se que a maioria das gestantes infectadas com HIV possui da 5ª à 8ª série incompleta, representando 30,1% dos casos notificados em 2015. Quanto à raça/cor da pele autodeclarada, há um predomínio da cor parda, seguida da branca; em 2015, estas representaram 45,9% e 38,1% dos casos, respectivamente. As gestantes pretas correspondem a 15,0% nesse mesmo ano. Discussão: Os dados analisados demonstram uma maior incidência na região sudeste, trazendo à tona o questionamento sobre uma possível falha nas notificações dos casos pelos sistemas nacionais, gerando uma subnotificação nas regiões norte e nordeste. A baixa escolaridade e idade das mães também despontaram nos achados do estudo. Conclusão: Diante de todos os dados expostos acima, vê-se a necessidade do desenvolvimento de ações de educação em saúde, bem como de incentivo a notificação para que a realidade de todas as regiões do país possa ser conhecida. |