OS CONTEXTOS REGIONAIS DO HIV NA GESTAÇÃO NO BRASIL
ISABELA LEMOS DA SILVA 1, JOSÉ RIVALDO1, GILSON NOGUEIRA 1, RAQUEL DA SILVA1, NÍVEA ALANE 1, DAYANA CECÍLIA1, DÉBORA MARIA1, ELIZAMA PAULA1, WILLAMS ALVES1, JOSÉ TELES1, MEYKSON ALEXANDRE MEYKSON ALEXANDRE 1, AMANDA REGINA1
1. UFPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, 2. UFRPE - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
lemosisabela11@gmail.com

Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é uma infecção causada pelo HIV. Uma das importantes vias de transmissão é a vertical, da mãe para o concepto durante a gestação (por via transplacentária), trabalho de parto e no parto pelo contato com o sangue ou pelo leite materno. Objetivo: descrever diferenças regionais no cenário epidemiológico do HIV/AIDS na gestação. Desenho do estudo e método: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo. As variáveis selecionadas foram região do país, faixa etária, raça/cor da pele e escolaridade, e ano da notificação. Para tal análise utilizou-se dados estáticos correspondentes aos anos de 2000 a 2016, obtidos através do boletim epidemiológico da secretaria de vigilância em saúde, disponíveis após serem notificados no SINAN. Resultados: No Brasil, no período de 2000 até junho de 2016, foram notificadas 99.804 gestantes infectadas pelo HIV. Verificou-se que 39,8% das gestantes residiam na região Sudeste, seguida pelas regiões Sul (30,8%), Nordeste (16,2%), Norte (7,4%) e Centro-Oeste (5,7%). Apenas em 2015, foram identificadas 7.901 gestantes no Brasil, sendo 31,9% na região Sudeste, 29,6% no Sul, 20,9% no Nordeste, 11,8% no Norte e 5,8% no Centro-Oeste. Desde 2000, a faixa etária de 20 a 24 anos é a que apresenta o maior número de casos de gestantes infectadas com HIV (28,6%). Segundo a escolaridade, observa-se que a maioria das gestantes infectadas com HIV possui da 5ª à 8ª série incompleta, representando 30,1% dos casos notificados em 2015. Quanto à raça/cor da pele autodeclarada, há um predomínio da cor parda, seguida da branca; em 2015, estas representaram 45,9% e 38,1% dos casos, respectivamente. As gestantes pretas correspondem a 15,0% nesse mesmo ano. Discussão: Os dados analisados demonstram uma maior incidência na região sudeste, trazendo à tona o questionamento sobre uma possível falha nas notificações dos casos pelos sistemas nacionais, gerando uma subnotificação nas regiões norte e nordeste. A baixa escolaridade e idade das mães também despontaram nos achados do estudo. Conclusão: Diante de todos os dados expostos acima, vê-se a necessidade do desenvolvimento de ações de educação em saúde, bem como de incentivo a notificação para que a realidade de todas as regiões do país possa ser conhecida.



Palavras-chaves:  HIV, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, Gestação