ACIDENTES ESCORPIÔNICOS E O DÉFICIT DE INFORMAÇÕES DOS SISTEMAS DE NOTIFICAÇÕES NACIONAIS |
No Brasil, em 1988 houve a implantação da obrigatoriedade da notificação dos acidentes escorpiônicos, através do Programa Nacional de Ofidismo iniciando uma nova etapa na contabilidade e registro dos acidentes por animais peçonhentos. Atualmente, o Nordeste destaca-se devido à grande quantidade de ataques de escorpião se comparado a outras regiões. Diversas espécies podem causar estes acidentes, porém no nosso país, os escorpiões de maior importância são Tityus serrulatus, T. baihensis e T. stigmurus, sendo o T. serrulatus responsável pela maioria dos casos mais agravantes . O objetivo deste trabalho é aludir sobre a lacuna no registro das espécies causadoras dos óbitos por acidentes escorpiônicos. Para isso analisou-se, a o registro anual de casos e óbitos em duas bases de dados, sendo elas: Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAM) e Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Ambas as bases de dados apresentaram os dados anuais acerca dos óbitos causados por escorpiões abrangendo o período de 2001-2016, podendo ser separados por ano, mês, sexo, idade, raça, local da notificação e o tempo entre a picada e o atendimento. Porém nenhuma das referidas bases especificavam a espécie causadora dos óbitos, mostrando uma lacuna que pode ser encontrada na epidemiologia desses acidentes. Assim, a ausência de tais informações desencadeia a falta de conhecimento sobre a real dimensão do problema. Tendo isso em vista, durante o preenchimento das fichas eletrônicas seria de grande importância a inclusão de um campo especifico para a espécie do animal causador ou descrição morfológica da espécie. Visto que, tal descrição encontra-se presente quando o agravo é causado por aranhas e serpentes. |