Epidemiologia da Tuberculose Drogarresistente no Estado de Pernambuco
CÂNDIDA MARIA NOGUEIRA RIBEIRO1, DANYELLA KESSEA TRAVASSOS1, MARIA CLARA ACIOLI LINS LIMA1, BETTY WILMA DA COSTA ROCHA1
1. SES-PE - Secretaria Estadual de Saúde De Pernambuco, 2. IMIP - Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira
candidawalter@hotmail.com

O Estado de Pernambuco ocupa o 3.º lugar em incidência de casos novos de Tuberculose (TB) no país e em relação aos casos de Tuberculose Droga Resistente (TBDR) registra anualmente cerca de 60 casos. Uma das principais limitações para o controle da TB é o abandono do tratamento que ocasiona o aumento do custo do seguimento dos pacientes, da mortalidade e das taxas de recidiva além de facilitar o desenvolvimento de bacilos resistentes . A resistência às drogas antituberculose pode acontecer em decorrência do uso inadequado dos fármacos empregados que está relacionado a diversos fatores. O trabalho se propõe a caracterizar a situação epidemiológica dos casos de TBDR em Pernambuco diagnosticados no ano de 2015. Estudo descritivo, de caráter quantitativo. Os dados foram coletados do SITETB e SINAN/TB da SES-PE. As variáveis: Tipo de paciente (caso novo, abandono); Número de casos por regionais de saúde/municípios; Padrão de resistência (monorresistência, polirresistência, multirresistência, resistência extensiva e resistência a rifampicina). Os dados foram coletados no período de maio a junho de 2018. Foi observado que os casos de TBDR mais notificados no SITETB foram dos municípios: Recife 47,6%, Olinda 14,3%, Jaboatão 14,3% e Cabo de Santo Agostinho 4,8% dos casos. As resistências mais prevalentes foram: Multirresistência 44%, Resistência a rifampicina 25% e a Monorresistência 20%. O abandono ocorreu mais entre os pacientes na Multirresistência 63%, Resistência extensiva 16% e Resistência a rifampicina 16%. Em 2015 foram diagnosticados no Estado 63 casos novos de TBDR, com 81% dos casos distribuídos na região metropolitana do Recife, coincidindo com a alta incidência de casos de TB sensível nessas localidades. O aumento das resistências aos fármacos relaciona-se ao grande uso dos antimicrobianos e as dificuldades na condução do tratamento como a baixa adesão pelo paciente, fornecimento irregular do fármaco e prescrição inadequada . Está relacionado ao alto abandono: os efeitos colaterais dos medicamentos, a longa duração do tratamento e o monitoramento inadequado dos pacientes . O fortalececimento da rede de atenção ao paciente por meio do apoio na realização das baciloscopias de acompanhamento, cultura e teste de sensibilidade, além do monitoramento dos casos, são estratégias eficientes e de baixo custo, que devem ser implementadas a fim de minimizar o surgimento de novos casos.



Palavras-chaves:  Tuberculose drogarresistente, Tuberculose, Saúde Coletiva