ESTUDO DA AVALIAÇÃO DA REDE LABORATORIAL PARA DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE NO ESTADO DE PERNAMBUCO |
A tuberculose (TB), doença infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium tuberculosis , pode acometer uma série de órgãos e/ou sistemas. Todos os anos, são infectadas mais de 10 milhões de pessoas no mundo. O diagnóstico oportuno é uma das principais estratégias de controle da TB. Contudo, uma inadequada capacidade laboratorial prejudica o diagnóstico, a gestão dos casos e a vigilância da doença. O trabalho propôs avaliar a estruturação do serviço laboratorial e o processo de trabalho no diagnóstico da TB em municípios do Estado de Pernambuco, apontando sua importância para o Programa de Controle da Tuberculose (PCT). Estudo do tipo descritivo, retrospectivo de caráter quantitativo. Dados foram coletados em instrumento desenvolvido em parceria com o LACEN/PE, elaborado por modelo lógico para avaliação estrutural e de processo de trabalho da rede municipal de laboratórios da TB. Variáveis utilizadas: a amostra consistiu de dados coletados durante as visitas técnicas a 13 laboratórios municipais que realizam o diagnóstico da TB entre março a junho de 2018. Durante a visita foi observado que 84,6% realizam baciloscopia de acompanhamento, 76,9% emitem o laudo da baciloscopia até 72h, 30,8% não implantaram o Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) para emissão dos resultados, 23,1% realizam cultura de micobactérias, 84,6% possuem o Livro de Registro de Resultado de Exames de Tuberculose, 69,2% fazem o Controle Externo da Qualidade (CEQ) das lâminas, 30,8% possuem equipes sem treinamento em baciloscopia de TB, 8,3% das amostras de escarro ficam mais de 7 dias sob refrigeração a espera de processamento, 69,2% falta algum Equipamento de Proteção Individual (EPI). O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) preconiza que sejam diagnosticados os sintomáticos respiratórios (SR) através da baciloscopia, Teste Rápido Molecular (TRM) ou cultura. Para isso, é necessário o investimento constante na qualificação dos serviços laboratoriais e na capacitação de suas equipes para ampliar a capacidade do diagnóstico e intensificar a busca de SR. Manter os laboratórios municipais para diagnóstico da TB bem estruturados com equipes adequadamente capacitadas e devidamente integradas aos Programas Municipais de Controle da Tuberculose (PMCT) deve ser uma prioridade da gestão, para o efetivo controle da doença, fortalecendo a qualidade do serviço prestado à população. |