ANALISE DOS FATORES QUE INFLUENCIAM A ESQUISTOSSOMOSE EM QUILOMBOS NO ESTADO DE ALAGOAS NO ANO DE 2017 |
A esquistossomose é uma doença causada pelo parasita Schistosoma mansoni, um trematódeo, cuja forma adulta habita os vasos mesentéricos do hospedeiro definitivo e a forma intermediária se desenvolve em caramujos gastrópodes aquáticos do gênero Biomphalaria. No Brasil, ela é popularmente conhecida como “xistose”, “barriga d’água” ou “doença dos caramujos”. Apesar de poder ser encontrada em todo o território brasileiro, são as regiões Nordeste e Sudeste as mais afetadas e as prevalências mais elevadas são encontradas no estado de Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Minas Gerais, Bahia, Paraíba e Espírito Santo. A relevância de sua hegemonia, em conjunto à severidade das formas clínicas e a sua evolução, dão a esquistossomose uma grande destaque como problema de saúde pública. O trabalho objetivou o estudo dos números de casos, do ano de 2017, de esquistossomose em 27 comunidades quilombolas do Estado de Alagoas, analisando as causas que agem sobre a doença na região. O presente estudo foi feito através de um levantamento no banco de dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), na Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas – SESAU e nas centrais de Vigilância epidemiológica dos casos de esquistossomose que ocorreram nessas regiões. Entre os anos de 2013 e 2016, 266 pessoas morreram por causa da doença em Alagoas. Em 2017 foram realizados 6.745 exames em 27 quilombos, destes, 261 receberam diagnóstico positivo para Schistossoma mansoni , parasita causador da doença. Entretanto, apenas 207 casos foram tratados, correspondendo a 79,1%. Dessa forma, analisou-se que 95% desses quilombos encontram-se em zona rural, consequentemente, eles possuem grandes dificuldades de acesso aos serviços de saúde. Ainda, essa área endêmica possui focos de agravo localizados nas bacias dos Rios Mundaú e Paraíba. Nessa lógica, como a maioria não possui água encanada em casa, essa população procura outras fontes, principalmente nesses rios, o que contribui para contrair a doença. Logo, é necessário efetivar a ação direta dos municípios sob o Programa de Controle da Esquistossomose, de forma a investir rigorosamente na prevenção da parasitose, além de melhorar o estilo de vida e de saúde da população alvo desse estudo, antes que a doença leve a graves consequências, principalmente nas formas crônicas. Palavras-chave: Esquistossomose, Quilombo, Schistossoma mansoni |